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"Laranja" de gráfica teve prisão determinada durante depoimento

Após a audiência ter sido interrompida 2 vezes, o pedido de prisão acabou não sendo concretizado porque Vivaldo decidiu "abrir o jogo", segundo fonte

Investigação chapa Dilma/Temer: durante as investigações, peritos do TSE identificaram que Silva, que era motorista da gráfica, constava como um dos donos da Red Seg (./Divulgação)

Investigação chapa Dilma/Temer: durante as investigações, peritos do TSE identificaram que Silva, que era motorista da gráfica, constava como um dos donos da Red Seg (./Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 13 de fevereiro de 2017 às 22h04.

Apontado pelo ministro Herman Benjamin como "laranja" de uma das gráficas contratadas pela campanha da chapa Dilma/Temer, o funcionário da gráfica Red Seg, Vivaldo Dias da Silva, chegou a ter o pedido de prisão determinado durante depoimento prestado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na quarta-feira passada (8), em São Paulo.

Após a audiência ter sido interrompida por duas vezes, o pedido de prisão determinado pelo juiz auxiliar Bruno Lorencini acabou não sendo concretizado porque Vivaldo decidiu "abrir o jogo", segundo uma fonte que acompanhou o depoimento.

Durante as investigações, peritos do TSE identificaram que Silva, que era motorista da gráfica, constava como um dos donos da Red Seg.

Ao prestar depoimento ao TSE, Vivaldo demonstrou nervosismo e não soube dar muitas explicações sobre o funcionamento da gráfica nem sobre contratos e pagamentos.

Conforme a ata de audiência divulgada pelo TSE, Vivaldo foi advertido "algumas vezes na forma da lei" a dizer a verdade, tendo a prisão em flagrante determinada em razão de "eventual cometimento de falso testemunho".

Ao TSE, o funcionário da Red Seg afirmou que gerenciava a gráfica mas não demonstrou ter conhecimento do funcionamento da empresa e muito menos esclareceu o relacionamento da gráfica com a campanha presidencial de Dilma e Temer. A íntegra com a transcrição do depoimento ainda não foi divulgada pela Corte Eleitoral.

"No caso do Sr. Vivaldo Dias da Silva, este reconheceu ter atuado como "laranja" do Sr. Rodrigo Zanardo, figurando como sócio-proprietário da Rede Seg, sem, contudo, possuir qualquer participação na administração da empresa", escreveu o ministro Herman Benjamin em despacho feito na última quinta-feira, 9.

De acordo com o advogado Cláudio Cardoso, responsável pela defesa de Vivaldo, a audiência foi um "pouco confusa".

"Ele (Vivaldo) não estava entendendo algumas perguntas que foram feitas, houve confusão e ele acabou tendo algumas contradições", disse Cardoso.

Questionado se Vivaldo é mesmo "laranja", o advogado respondeu: "Laranja é uma expressão bastante forte. Nesse período de 2014, a empresa teve a sua gestão pelo Rodrigo (Zanardo), então ele não participou da empresa nesse período."

Rodrigo Zanardo será uma das próximas testemunhas que serão ouvidas pelo TSE no âmbito do processo que pode levar à cassação do mandato de Michel Temer.

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