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Lama da Samarco não vai chegar a Abrolhos, diz ministra

Segundo ela, tradicionalmente as correntes marítimas vão para o sul nessa época do ano e a dispersão está dentro das projeções


	Izabella Teixeira: o Arquipélago de Abrolhos localiza-se no Oceano Atlântico, no litoral sul da Bahia, a 250 km da foz do Rio Doce. Vitória está a 150 km
 (Elza Fiúza/Agência Brasil)

Izabella Teixeira: o Arquipélago de Abrolhos localiza-se no Oceano Atlântico, no litoral sul da Bahia, a 250 km da foz do Rio Doce. Vitória está a 150 km (Elza Fiúza/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 25 de novembro de 2015 às 14h16.

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse hoje (25) que a lama com rejeitos de minério que vazou do rompimento de uma barragem da mineradora Samarco, em Mariana (MG), no dia 5 deste mês, não deve chegar ao Arquipélago de Abrolhos, nem aos manguezais de Vitória (ES).

Segundo ela, tradicionalmente as correntes marítimas vão para o sul nessa época do ano e a dispersão está dentro das projeções. “Não se espera uma dispersão de 200 quilômetros (km) como imaginam”, disse.

“Estamos avaliando a dimensão do acidente para entender o comportamento [da lama] no mar. A dimensão da dispersão da pluma vai dar clareza de como isso vai impactar no mar, mas afeta os crustáceos, os microrganismos”, explicou a ministra, destacando que a concentração da lama que se deposita na foz do Rio Doce é muito grande e está causando um “impacto irreversível”.

O Arquipélago de Abrolhos localiza-se no Oceano Atlântico, no litoral sul da Bahia, a 250 km da foz do Rio Doce. Vitória está a 150 km.

A lama que escorre pelo Rio Doce atingiu o mar no domingo e, segundo o Instituto Estadual de Meio Ambiente do Espírito Santo, a última atualização aponta que ela já se deslocou 5 km ao sul, 30 km ao norte e 20 km a leste, mar adentro.

Entretanto, o deslocamento é influenciado pelas ondas e pelo vento, então pode mudar.

Izabella disse que a Bacia do Rio Doce já tinha um cenário de degradação ambiental, inclusive nas nascentes, por causa da falta de tratamento de esgoto e garimpo, e que também passa por uma das maiores secas já registradas.

“Recuperar o Rio Doce é possível em um compromisso de longo prazo. Já tínhamos um quadro grave, e agora um quadro crítico. Levará tempo, mas teremos que fazê-lo. Não dá pra abrir mão do Rio Doce, façamos desse desastre um exemplo de recuperação ambiental nesse país”, disse.

A multa de R$ 250 milhões aplicada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis à Samarco será recolhida ao Tesouro Nacional, mas deve constituir um fundo independente, segundo a ministra, para ser aplicado na revitalização do rio. “Até segunda-feira a multa ainda não tinha sido paga”, disse Izabella.

A ministra participou nessa quarta-feira do programa Bom Dia, Ministro, produzido pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República em parceria com a EBC Serviços.

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