Tartaruga voltando para o mar após desovar na praia de Regência, no Espírito Santo (Ricardo Moraes/Reuters)
Da Redação
Publicado em 26 de novembro de 2015 às 19h48.
São Paulo - Mesmo com a ação de ambientalistas, que tentaram salvar as tartarugas em Regência, Linhares, na região Norte do Espírito Santo, por meio da retirada dos animais, os berçários de caranguejos e de peixes, conhecidos como igarapés, foram atingidos pela lama barrenta que chegou à região.
A primeira tentativa de ambientalistas para evitar essa situação foi barrar os resíduos com a instalação de 9 quilômetros de boias na região, há aproximadamente uma semana.
Na ocasião, a mineradora informou que tal medida reteria até 80% dos resíduos, o que não aconteceu.
No entanto, segundo o chefe da Reserva de Comboios, Antônio de Pádua Almeida, os ninhos das tartarugas que estavam próximos à foz do Rio Doce foram retirados previamente, para que a lama não os atingisse, mas a chegada dos rejeitos à parte norte da reserva ameaça outros ninhos.
"Conseguimos retirar os filhotes que nasceram e os soltamos em outro ponto no mar como medida de emergência, mas não sabemos se eles serão ou não contaminados. Se o grosso dessa lama vier e ficar depositado tanto na foz quanto nas praias, não sabemos o impacto que vai trazer para a biodiversidade", disse Almeida.
Indenização
Pescadores cadastrados na Federação das Colônias e Associações dos Pescadores e Aquicultores do Espírito Santo (Fecopes) entraram na Justiça com um pedido de liminar para que sejam mensalmente indenizados pela Samarco, cujos donos são a Vale e a anglo-australiana BHP Billiton.
Um audiência de conciliação foi agendada para o dia 2 de dezembro. Em nota, a Samarco informou que ainda não foi notificada da intimação citada.