O presidente brasileiro tentava frear as tratativas com os chineses para preservar o bloco sul-americano (Alan Santos/PR/Flickr)
Estadão Conteúdo
Publicado em 25 de janeiro de 2023 às 14h44.
O presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, reiterou nesta quarta-feira, 25, sua disposição de flexibilizar o Mercosul e de manter as negociações por um acordo comercial com a China. As declarações foram dadas após o encontro, em Montevidéu, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tenta frear as tratativas com os chineses para preservar o bloco sul-americano.
"O Uruguai vai avançar nas suas negociações com a China. O Brasil pode paralelamente fazer seu caminho e após isso vamos compartilhar tudo o que foi negociado. E o Uruguai pode se ajustar com aquilo que o Brasil propuser. O Brasil pode dizer o que conseguiu negociar com a China", afirmou o presidente uruguaio. "Para resumir, o Mercosul que queremos precisa ser moderno, flexível e aberto ao mundo", acrescentou.
De acordo com Lacalle Pou, a reunião com Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi intensa e extensa, mas desprovida de ideologias e sem brigas. "Nós poderíamos ter brigado, mas não fizemos isso. Simplesmente marcamos algumas diferenças dos pontos que nós queremos para poder avançar, principalmente o relacionamento entre o Uruguai e Brasil como membros do Mercosul", destacou o líder uruguaio, que é de centro-direita. "Dissemos quais são os interesses de nossos povos, de nossos países. Sempre tentamos que interesses de nossas nações coincidam."
Lacalle Pou afirmou que haverá a criação de um grupo técnico para discutir o impasse com o Mercosul. "Uruguai tem suas negociações e não tem impedimento de dizer isso", destacou, ao reconhecer o peso do Brasil nas tratativas.
A possibilidade tornar o Aeroporto de Rivera um terminal internacional também foi citada na reunião, disse Lacalle Pou, assim como a necessidade de melhorar a balança comercial.