Kátia Abreu ressalta que o Brasil passou por vários ajustes na economia e este não será o último (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 19 de março de 2015 às 11h48.
Brasília - A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento , Kátia Abreu, disse estar otimista com as perspectivas do agronegócio brasileiro.
“Eu devo confessar que, apesar das dificuldades que estamos vivendo no Brasil, dificuldades no campo político, ajustes na economia, eu estou absolutamente otimista, bastante encantada e fascinada a cada dia mais com as perspectivas desse grande negócio”.
Ela participou, hoje (19), de audiência pública na Comissão de Agricultura do Senado.
Kátia Abreu acrescentou que o setor sempre reagiu bem à ajustes ficais. “Não é o primeiro nem [será] o último ajuste fiscal que o Brasil faz e, em todos os casos, a agropecuária, o agronegócio, fez com que tudo isso fosse superado. Nós não fugiremos da raia”, disse.
“Ao contrário do pessimismo, tenho recebido os empresários sempre querendo ampliar, querendo investir, modelar situações que não estão adequadas para a sua produção. Nunca recebi nenhum setor que usasse uma palavra forte, negativa, que estivesse quebrando, que estivesse em dificuldades”, destacou a ministra ao comentar a situação do agronegócio no momento em que a economia brasileira passa por ajustes.
Sobre o trabalho à frente da pasta, Kátia Abreu prometeu uma gestão mais eficiente. Ela prometeu extinguir toda a burocracia para acelerar a adoção de medidas necessárias ao setor. “Nós seremos um ministério sem papel, um ministério eficiente, para dar uma resposta rápida aos empresários”.
Ela informou que o ministério tem hoje 4.936 processos das mais variadas áreas, que tratam desde o registro de um produto até a mudança do endereço de uma empresa.
Ela determinou que tudo seja respondido até o dia 30 de abril com ajuda de uma força-tarefa nacional.
“Já estamos, paralelamente, trabalhando novos processos, novo formato de protocolo e de análise desses processos no ministério”.
A seu ver, uma das questões mais importantes é a defesa agropecuária. Kátia Abreu frisou que está em fim de elaboração pelos técnicos da pasta, um plano nacional de defesa agropecuária.
“Não significa que o Brasil não tenha uma boa defesa. Absolutamente. Nós temos, sim, uma excelente defesa agropecuária, sanitária e fitossanitária, mas nós precisamos avançar”, disse.
Outro ponto destacado por Kátia Abreu foi a contratação da Fundação Getúlio Vargas (FGV) para um estudo baseado no censo agropecuário de 2006, que foi o último feito.
A intenção é ter uma radiografia da renda dos agricultores no Brasil. A ministra ressaltou que a exemplo de outros países, no Brasil, as classes A e B são responsáveis por quase 70% da produção.
“Não interessa o tamanho da terra, interessa a renda produzida. Há pequenas propriedades no Sul do país que produzem mais do que propriedades médias e grandes no Centro-Oeste”.
Segundo a ministra, as classes A e B, com menos de 10% dos agropecuaristas, são responsáveis por 70% da produção.
As classes D e E, acrescentou, com 70% dos agricultores e pecuaristas, são responsáveis por 9% da produção.
Já a classe média representa entre 12% e 15% da produção, com cerca de 500 mil agropecuaristas. “Queremos dobrar essa classe média, manter os que lá estão”, disse.