Gilberto Kassab: partido do ex-prefeito ensaiou uma rebelião na Câmara de São Paulo (Lailson Santos/Veja)
Da Redação
Publicado em 13 de dezembro de 2013 às 17h53.
São Paulo - Após ensaiar uma rebelião na Câmara de São Paulo ao articular nos bastidores a candidatura do vereador Milton Leite (DEM) a presidente da Casa, o ex-prefeito e presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, fechou acordo com o PT e manterá o partido que preside na vice-presidência da Mesa Diretora. Na eleição, marcada para domingo, 15, o presidente da Câmara Municipal, José Américo (PT), será reeleito com o apoio do PSD. A vice-presidência deve ser ocupada pela primeira vez por uma mulher, a vereadora Edir Sales (PSD).
Juntos, PT e PSD, aliados na tentativa de reeleger a presidente Dilma Rousseff em 2014, administrarão, em ano eleitoral, um orçamento de quase R$ 600 milhões reservado à Casa. Edir tem reduto eleitoral evangélico na Vila Prudente, na zona leste, e os passos dela no Legislativo são guiados de perto por Kassab. Sob nenhum dos outros oito vereadores da legenda ele mantém tamanha influência. Ela também é a relatora da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Transportes, que tem mirado os contratos suspeitos de superfaturamento da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) - Kassab tem como um dos inimigos políticos o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), com quem deve disputar o governo do Estado em 2014.
Quem deixa a vice-presidência é o vereador Marco Aurélio Cunha (PSD), que chegou a dizer ao ex-prefeito e presidenta nacional do PSD que não apoiaria Leite numa eventual disputa com Américo, o que irritou Kassab. Cunha argumentou a ele que respeitaria a regra da proporcionalidade das maiores bancadas na votação.
Para Edir ganhar a vaga, só falta o vereador Goulart (PSD) abrir mão da disputa. "Se ela ligar para mim e pedir apoio, dizer que é candidata, eu posso abrir mão, sem problema. Eu quero ficar numa boa com todo mundo", afirmou Goulart, que pode ficar, neste caso, com a liderança da sigla. "Tudo será definido só no domingo de manhã, antes da eleição", acrescentou.
Como primeiro-secretário, o vereador Claudinho (PSDB) permanece no cargo. Os tucanos, que apoiam a reeleição do presidente da Câmara de São Paulo, também ganharam a Corregedoria da Casa - o vereador Gilson Barreto (PSDB) entra no lugar de Calvo (PMDB) - e a Comissão de Política Urbana, na qual o vereador Andrea Matarazzo (PSDB) se mantém como presidente.
A composição dos cargos foi decidida em reunião nesta quinta-feira, 12, no Palácio Anchieta. No encontro, alguns dos principais líderes do Parlamento também indicaram que apoiarão a indicação do vereador Roberto Tripoli (PV) para a vaga que será aberta no Tribunal de Contas do Município (TCM) com a aposentadoria de Eurípedes Sales em dezembro.