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Kassab diz que governo não discute privatização dos Correios

Ministro afirmou que o governo trabalha para recuperar a instituição, e explicou que a função dos Correios deve ser reestudada

Gilberto Kassab: “quanto ao futuro dos Correios, se será privatizado ou não, essa discussão não existe na presente gestão" (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Gilberto Kassab: “quanto ao futuro dos Correios, se será privatizado ou não, essa discussão não existe na presente gestão" (Antonio Cruz/Agência Brasil)

AB

Agência Brasil

Publicado em 10 de janeiro de 2018 às 12h51.

O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Gilberto Kassab, disse hoje (10) que a privatização dos Correios não é assunto em debate dentro do governo federal.

“Quanto ao futuro dos Correios, se será privatizado ou não, essa discussão não existe na presente gestão. Na presente gestão, estamos recuperando os Correios”, disse após participar do programa Por Dentro do Governo, da TV NBR, emissora da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

De acordo com relatório do Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU), divulgado em dezembro do ano passado, em apenas cinco anos, de 2011 a 2016, o patrimônio líquido dos Correios, ou seja, a diferença entre os ativos e o passivo, encolheu 92,63%.

Além da perda patrimonial, os resultados apontam a deterioração da capacidade dos Correios saldarem dívidas no longo prazo; aumento do endividamento da empresa e sua maior dependência de capitais de terceiros.

O resultado da avaliação do CGU enfatiza que, com prejuízos crescentes a partir de 2013, a empresa vem se revelando menos rentável.

E que, além do "aumento exponencial" das despesas diretas, a sustentabilidade da empresa foi impactada pela "transferência elevada de recursos para a União, o que ocasionou" redução significativa na capacidade de investimentos na empresa no curto prazo".

Segundo Kassab, a atual gestão encontrou os Correios com uma administração desorganizada e com déficit de R$ 2 bilhões, sendo R$ 1 bilhão empenhado para o plano de desligamento voluntário do quadro de funcionários da empresa.

“Impomos uma rigorosa recuperação e sua administração financeira foi melhorada. A operação negativa está em R$ 1 bilhão, mas estamos em ajustes, como a venda de imóveis e o ajuste do plano de saúde, o que nos permitirá chegar ao equilíbrio do Correios”, disse.

O ministro explicou que a função dos Correios deve ser reestudada e que, naturalmente, algumas funções vão desaparecer, “seja com privatização, parceria ou extinção”.

“É natural que, com o passar do tempo, foram mudando o seu objetivo. Há alguns séculos, eles entregavam cartas, hoje ainda entregam muitas cartas, ainda é a principal fonte de receita dos Correios, mas cada vez mais temos outras atividades importantes, como por exemplo, a logística”, disse.

Com as pessoas cada vez mais realizando compras pela internet, os Correios precisarão investir mais em planejamento e logística.

“E essa migração do seu perfil está sendo acompanhada com muita atenção pela atuar gestão, o que permitirá aumentar a receita. E, simultaneamente, trabalhando com redução de custos para que seja uma empresa equilibrada e sadia”, disse Kassab.

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