Brasil

Juventude tucana defende "fora, Temer" e afastamento de Aécio

Durante o 55º Congresso da UNE, os tucanos defendem a realização de eleições diretas para presidente por meio da aprovação de uma PEC

Henrique do Vale: o estudante de direito de 24 anos é presidente da Juventude Tucana (Site do PSDB/Reprodução)

Henrique do Vale: o estudante de direito de 24 anos é presidente da Juventude Tucana (Site do PSDB/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de junho de 2017 às 19h54.

São Paulo - Enquanto os caciques do PSDB atuam para manter o partido na base do governo Michel Temer, a juventude tucana (J-PSDB) levantou a bandeira do rompimento com o Palácio do Planalto no 55.º Congresso da União Nacional dos Estudantes (CONUNE), que terminou no domingo, 18, em Belo Horizonte.

Pela primeira vez em dez anos, a J-PSDB levou para Minas Gerais uma bancada de 148 delegados, o suficiente para garantir pelo menos uma vaga na diretoria da entidade.

Além do "fora, Temer", os tucanos defendem a realização de eleições diretas para presidente por meio da aprovação de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) e o afastamento definitivo do senador Aécio Neves da presidência do PSDB.

"Estávamos em Belo Horizonte quando o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso falou em eleições diretas. Não é um problemas para nós, desde que seja respeitada a Constituição", disse à reportagem o estudante de direito Henrique do Vale, de 24 anos, presidente da Juventude Tucana.

"Defendemos sem dúvida o 'fora, Temer', a entrega dos cargos do PSDB no governo e avaliamos que Aécio não tem condições morais de continuar na presidência do partido", afirmou Vale, que é paranaense ligado ao governador Beto Richa (PSDB-PR).

Os tucanos dizem que foram atacados com cadeiras e alvo de hostilidades por parte de grupos adversários no CONUNE quando chegaram à plenária do evento cantando palavras de ordens que exaltavam Mário Covas, governador de São Paulo entre 1995 e 2001, e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Eleição

Durante o encontro, a estudante de Pedagogia Marianna Dias, de 25 anos, filiada ao PCdoB, foi eleita presidente da UNE e assegurou a hegemonia na entidade de três décadas do partido. Sua chapa obteve 3.788 votos, o que equivale a 79% dos 4.795 votos depositados nas urnas.

Denominada Frente Brasil Popular - A unidade é a bandeira da esperança, a chapa reuniu 10 grupos políticos dos 26 que participaram do congresso: União da Juventude Socialista (UJS), ligada ao PCdoB; Levante Popular da Juventude; movimento "Novo Rumo"; juventude do PSB; juventude do PDT, e as correntes petistas Democracia Socialista (DS), Construindo um Novo Brasil (CNB), Esquerda Popular Socialista (EPS), Mudança e Trabalho.

"Nosso maior desafio éc onstruir a unidade na luta popular no campo democrático e popular e construir a greve geral do dia 30 de junho", disse Marianna.

Na sexta-feira, 16, a UNE liderou em Belo Horizonte um ato pelas diretas já na Praça da Estação com 40 mil pessoas, segundo os organizadores.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não compareceu dessa vez, mas passaram pelo CONUNE o ex-ministro Ciro Gomes (PDT-CE), o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT-SP), o ex-embaixador Celso Amorim, Guilherme Boulos e a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ).

Acompanhe tudo sobre:Delação premiadaGoverno TemerJBSJoesley BatistaMichel TemerPSDB

Mais de Brasil

Lula segue para 79ª Assembleia da ONU, em Nova York

Maior fiscalização provoca queda de 84% na extração de ouro

Eleições: PF prende 36 candidatos com mandados de prisão em aberto em diversos estados

Entenda as linhas de investigação dos incêndios florestais no país