Itaquerão, Arena Corinthians, em março de 2014 (Divulgação/ Odebrecht)
Da Redação
Publicado em 6 de abril de 2014 às 13h15.
São Paulo - Em seus últimos dias como presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio aproveitou a eleição para o Conselho Deliberativo do clube para atacar o rival Corinthians e o comportamento das autoridades públicas em relação ao processo de construção do Itaquerão, estádio do clube do Parque São Jorge, que sediará partidas da Copa do Mundo, incluindo o jogo de abertura.
No final de março, um acidente na montagem das arquibancadas provisórias do Itaquerão provocou a morte de um operário, a terceira desde o início das obras no local. A polêmica em relação ao estádio cresceu nos dias seguintes, quando o superintendente regional do Ministério do Trabalho, Luiz Antonio de Medeiros, insinuou que a o obra não estaria liberada se não existisse a proximidade da Copa do Mundo.
Depois, ele até recuou na sua declaração, mas assinou laudo que interditou parte da obra do Itaquerão e afirmou que houve "irresponsabilidade" na gestão da segurança dos operários que vinham trabalhando na montagem das arquibancadas dos setores Norte e Sul do estádio, com arquibancadas provisórias. Juvenal, então, declarou que o Corinthians estaria sendo "poupado" e também afirmou que seria pedido o seu impeachment se o incidente envolvesse o São Paulo.
"Vocês poupam o estádio do clube em Itaquera. Eu vi o Medeiros, que tem responsabilidade institucional, e eu sei o que eu falo, dizer o seguinte, dois pontos, 'falei com o ministro. Estamos olhando aqui em um faz de conta'. A imprensa publicou isso! Ou não publicou? No outro dia se fosse no Morumbi tinha Polícia Militar, Polícia Federal, exército, inquérito, vocês estavam bombardeando o Juvenal 'incapaz, incompetente, impeachment, renuncie!'. Mas não vi uma palavra disso na mídia. O cidadão é superintendente no Estado de São Paulo, as coisas acontecem no Brasil e ele diz 'faz de conta!'. E no dia seguinte não tinha inquérito, não tinha cadeia, não tinha nada! E não vai ter", disse.
O presidente do São Paulo também avaliou que um suposto silêncio sobre irregularidades no Itaquerão e a morte do operário acontece para que a imagem do Brasil não seja machada. Assim, prometeu "silenciar" sobre o assunto após realizar essas críticas.
"Agora acho que precisamos fazer a Copa do Mundo. E vai ter essas coisas. Os bombeiros falaram 'não pode!' e eu não sei o que vai acontecer. Você entendeu? A lei, é a lei! A imprensa silencia sobre isso sim! Mas eu também vou silenciar, em nome do que? Do País. Não pode fazer vexame perante o mundo. Ponto!", comentou.