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Justiça solta PM acusado de matar turista espanhola no Rio

David dos Santos Ribeiro foi preso em flagrante, e o delegado titular da Divisão de Homicídios tinha pedido a conversão dessa prisão em preventiva

Rio: o juiz destacou que o PM "não tem condições psicológicas" de retornar ao policiamento ostensivo (Ricardo Moraes/Reuters/Reuters)

Rio: o juiz destacou que o PM "não tem condições psicológicas" de retornar ao policiamento ostensivo (Ricardo Moraes/Reuters/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de outubro de 2017 às 16h46.

Última atualização em 24 de outubro de 2017 às 16h50.

Rio - O tenente da Polícia Militar David dos Santos Ribeiro, que fora preso por matar com um tiro de fuzil a turista espanhola Maria Esperanza Jiménez Ruiz na Rocinha, zona sul do Rio, foi solto na tarde desta terça-feira, 24, em audiência de custódia no Tribunal de Justiça.

O militar fora preso em flagrante, e o delegado titular da Divisão de Homicídios, Fabio Cardoso, tinha pedido a conversão dessa prisão em preventiva.

A Polícia Civil anunciou o indiciamento por homicídio qualificado do oficial, que atirou contra um carro onde a turista estava. Ela fora visitar a comunidade, e o veículo foi alvejado perto do Largo do Boiadeiro.

Para autorizar a soltura, o juiz Juarez Costa de Andrade considerou o que chamou de "imaculada ficha funcional" do PM.

Ribeiro, que responderá por homicídio doloso qualificado, recebeu liberdade e poderá voltar ao trabalho, mas apenas para exercer funções administrativas.

"Se de um lado, o trágico acontecimento repercutiu nesta capital (Rio de Janeiro) e no mundo, fato é que o custodiado (David) estava trabalhando, possui imaculada ficha funcional, não havendo indícios de que solto possa reiterar o comportamento criminoso ocorrido à luz do dia", afirmou o juiz na decisão.

Na mesma decisão, o magistrado destacou que o policial militar "não tem condições psicológicas" de retornar ao policiamento ostensivo.

Assim, ele deverá exercer apenas atividades administrativas. Ribeiro também está proibido de manter contato com as testemunhas, inclusive com policiais que participavam da operação na Rocinha.

A Divisão de Homicídios do Rio encaminhou para exame o carro em que estava Maria Esperanza. A Polícia quer localizar um segundo projétil de fuzil, que atingiu o veículo na traseira, mas não acertou nenhum dos ocupantes.

Outro disparo passou pelo vidro de trás e atingiu a vítima no pescoço. A Polícia quer localizar o projétil, para enviar para perícia.

O policial militar, que foi indiciado por homicídio, alega que o motorista do carro, o italiano Carlo Zanineta, que estava a serviço de uma empresa de passeios turísticos, não obedeceu a uma ordem para parar. Por isso, disparou contra o carro.

Outro policial, o soldado Luís Noronha Rangel, deu um tiro para o alto. Também foi preso, pelo crime militar de disparo de arma de fogo.

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