Brasil

Justiça solta ativistas presos pela morte de cinegrafista

A acusação de crime doloso foi desclassificada atendendo a recurso do defensor que representa um dos réus; eles poderão aguardar o julgamento em liberdade

O cinegrafista Santiago Ilídio Andrade, no momento em que é atingido por um explosivo: Andrade, de 49 anos, morreu ontem, depois de ter passado 4 dias internado (Agência O Globo/AFP)

O cinegrafista Santiago Ilídio Andrade, no momento em que é atingido por um explosivo: Andrade, de 49 anos, morreu ontem, depois de ter passado 4 dias internado (Agência O Globo/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de março de 2015 às 18h13.

Rio de Janeiro - A 8ª Câmara Criminal do Rio de Janeiro decidiu hoje (18) que os ativistas Fabio Raposo Barbosa e Caio Silva de Souza, acusados de atirar o rojão que provocou a morte do cinegrafista Santiago Andrade, em fevereiro de 2014, não responderão mais por homicídio doloso e deverão ser libertados.

Andrade foi atingido pelo rojão durante manifestação no dia 6 de fevereiro do ano passado, na Central do Brasil, e morreu quatro dias depois.

A acusação de crime doloso foi desclassificada atendendo a recurso do defensor público Felipe Lima de Almeida, que representa um dos réus. No entanto, foi mantida a acusação de explosão seguida de morte. Os dois poderão aguardar o julgamento em liberdade. 

O alvará de soltura dos jovens já foi expedido pela Justiça do Rio de Janeiro e a expectativa do advogado Marino D'Icarahy é que eles sejam libertados até amanhã (19).

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), porém, poderá recorrer da decisão. Procurado pela Agência Brasil, o órgão informou que a “2ª Procuradoria de Justiça junto à 8ª Câmara Criminal aguarda o envio do acórdão, que será analisado pela procuradora responsável”.

Segundo D'Icarahy, Barbosa e Souza já haviam recebido habeas corpus no processo que envolve 23 ativistas. “Eles já estão beneficiados por esse habeas corpus e hoje está saindo um novo por esse processo do Santiago”.

O advogado disse que a acusação de homicídio doloso triplamente qualificado era injusta. “Essa acusação bárbara caiu com a decisão da 8ª Câmara Criminal”.

Sobre a possibilidade de que o MPRJ recorra da libertação, D'Icarahy disse que a medida será um “murro em ponta de faca”. Segundo ele, o que o Ministério Público pode fazer é oferecer nova denúncia por crime culposo (quando não há intenção de matar). “Esses rapazes jamais tiveram a intenção de matar alguém ou assumiram sequer o risco disso”, argumentou.

Acompanhe tudo sobre:CrimeHomicídiosMortesPolítica no BrasilProtestos

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas