Brasil

Justiça ordena apreensão de eletrônicos na casa de Crivella antes de soltá-lo

Após STJ ter mandado prefeito para prisão domiciliar, Rosa Helena Macedo proferiu despacho para busca e apreensão em sua residência

Crivella: prefeito foi preso na terça-feira em uma operação do Ministério Público do Rio que investiga o funcionamento de um "QG da propina" (Fabio Teixeira/NurPhoto/Getty Images)

Crivella: prefeito foi preso na terça-feira em uma operação do Ministério Público do Rio que investiga o funcionamento de um "QG da propina" (Fabio Teixeira/NurPhoto/Getty Images)

AO

Agência O Globo

Publicado em 23 de dezembro de 2020 às 18h03.

A desembargadora Rosa Helena Macedo determinou a apreensão de telefones, computadores e aparelhos de televisão com acesso à internet na residência do prefeito do Rio Marcelo Crivella (Republicanos) antes de autorizar a sua soltura. Em despacho das 16h08 desta quarta-feira, a desembargadora também determinou às autoridades penitenciárias que seja colocada a tornozeleira eletrônica em Crivella, mas ainda não autorizou sua soltura.

O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Humberto Martins proferiu decisão na noite de ontem determinando que Crivella saísse do presídio e fosse para prisão domiciliar, em conjunto com o cumprimento de medidas restritivas e o uso de tornozeleira eletrônica. A ordem chegou ao Tribunal de Justiça do Rio na manhã destsa quarta, mas até às 16h o prefeito ainda não havia sido colocado em liberdade.

O GLOBO mostrou que o desembargador plantonista Joaquim Domingos de Almeida Neto decidiu não expedir alvará de soltura e proferiu despacho pela manhã enviando o processo de Crivella para que a relatora cumprisse as ordens do STJ.

"Considerando ter sido concedida medida liminar, colocando o denunciado, Prefeito Marcelo Berreza Crivella, em prisão domiciliar, mediante o cumprimento de restrições por ele elencadas; e considerando ainda que, a despeito de se tratar de providência meramente objetiva, inclusive inerente ao Plantão Judiciário, o ilustre Desembargador plantonista achou por bem delegá-la a esta Relatora, determino seja expedido mandado de verificação e busca e apreensão, a ser cumprido na residência do então paciente, de lá retirando os terminais telefônicos fixos, computadores, tablets, laptops, aparelhos de telefone celular e smart tvs, de forma a dar fiel cumprimento à medida", escreveu a desembargadora.

Prossegue em sua decisão: "Determino ainda seja oficiado às empresas de telefonia fixa e internet a fim de interromperem os respectivos sinais. Determino, por fim, seja providenciada a colocação de dispositivo de monitoramento eletrônico no paciente. Após, voltem".

Crivella foi preso na terça-feira em uma operação do Ministério Público do Rio que investiga o funcionamento de um "QG da propina" em sua gestão na Prefeitura do Rio. A desembargadora apontou que ele havia atrapalhado as investigações, por isso determinou sua prisão. O presidente do STJ, Humbrto Martins, concedeu habeas corpus na noite de ontem autorizando que Crivella seja enviado para prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica.

Acompanhe tudo sobre:CorrupçãoJustiçaMarcelo CrivellaMinistério PúblicoPrisõesRio de JaneiroSTJ

Mais de Brasil

Decisão da Justiça dá aval para concessionária do Ibirapuera cobrar taxa de assessoria esportiva

Gilmar Mendes marca audiência no STF para discutir pejotização

Se 'acontecer o que estou pensando' o Brasil terá primeiro presidente eleito quatro vezes, diz Lula

Gleisi Hoffmann diz que espera acordo após suspensão de decretos do IOF