Brasil

Justiça manda desocupar fazendas invadidas em SP

Justiça mandou desocupar 9 das 24 fazendas invadidas por integrantes da Frente Nacional de Lutas (FNL) durante o 'Carnaval vermelho'


	Famílias do MST: cinco áreas - duas em Marabá Paulista e três na região de Dracena - tinham sido desocupadas até a tarde desta segunda
 (Agência Brasil)

Famílias do MST: cinco áreas - duas em Marabá Paulista e três na região de Dracena - tinham sido desocupadas até a tarde desta segunda (Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de março de 2014 às 17h37.

Sorocaba - A Justiça mandou desocupar 9 das 24 fazendas invadidas por integrantes da Frente Nacional de Lutas (FNL) durante o 'Carnaval vermelho' no Pontal do Paranapanema e Oeste do Estado de São Paulo. Até a tarde desta segunda-feira, cinco áreas - duas em Marabá Paulista e três na região de Dracena - tinham sido desocupadas, mas os sem-terra invadiram outras quatro propriedades.

A frente é liderada por José Rainha Júnior, do MST da Base, dissidência paulista do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST). Rainha disse que os mandados judiciais de reintegração de posse serão cumpridos, mas novas áreas serão ocupadas.

A Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp), órgão do governo estadual, informou que o governo é contra as ocupações e acompanha a mobilização dos movimentos sociais defendendo uma solução pacífica para os conflitos.

Segundo o Itesp, no dia 21 de fevereiro, o governo de São Paulo e a União assinaram convênio para arrecadar áreas públicas para a implantação de novos assentamentos no Pontal. Serão investidos R$ 55,8 milhões para assentar 700 famílias em área de 18,5 mil hectares. Durante os dois anos do convênio, o governo vai propor acordos com os possuidores das áreas julgadas devolutas, mas a obtenção das terras depende da aceitação dos acordos.

O governo federal, por meio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) será responsável pelo pagamento das benfeitorias. Segundo o Itesp, São Paulo é o único Estado que utiliza terras devolutas para assentar famílias e já recuperou 92,3 mil hectares e fez 88 assentamentos no Pontal.

Rainha disse que a mobilização visa a acelerar o convênio e cobrar assistência para os assentados. "Nenhum assentamento foi feito sem que a terra fosse ocupada." Ele afirmou que o convênio resultou da luta dos movimentos sociais e de negociação com o governo da presidente Dilma Rousseff. Segundo ele, no governo Lula o convênio ficou parado.

O presidente da União Democrática Ruralista, Luiz Antonio Nabhan Garcia, disse que as invasões ocorrem porque o governo compactua com as ações dos sem-terra. "Um dia depois que o MST fez o Supremo Tribunal Federal suspender uma sessão por ameaça de invasão, a presidente (Dilma Rousseff) recebeu o movimento. Isso mostra que o governo é ideológico."

As invasões afugentam investimentos e desacreditam o País perante o mundo, segundo ele. "Invadem porque o governo apoia, jogam todos no mesmo time. Estamos caminhando no mesmo rumo que a Venezuela", afirmou.

Acompanhe tudo sobre:FazendasJustiçaMST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem TerraTerras

Mais de Brasil

Alesp aprova proibição de celulares em escolas públicas e privadas de SP

Geração está aprendendo menos por causa do celular, diz autora do PL que proíbe aparelhos em escolas

Após cinco anos, Brasil recupera certificado de eliminação do sarampo

Bastidor: queda na popularidade pressiona Lula por reforma ministerial e “cavalo de pau do governo”