Brasil

Justiça derruba liminar que suspendia bloqueio de verbas de universidades

Na decisão, desembargador afirmou que proibir o bloqueio de recursos poderia prejudicar a ordem pública e econômica

Protesto em São Paulo: estudantes foram às ruas contra cortes na Educação (Nacho Doce/Reuters)

Protesto em São Paulo: estudantes foram às ruas contra cortes na Educação (Nacho Doce/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 12 de junho de 2019 às 20h07.

Última atualização em 12 de junho de 2019 às 20h07.

São paulo — O desembargador federal Carlos Moreira Alves, do Tribunal Federal da 1ª Região (TRF-1), derrubou nesta quarta-feira (12) liminar que havia sido concedida pela Justiça Federal de Salvador e que suspendia o bloqueio de verbas das universidades federais, informou a Advocacia-Geral da União (AGU).

Na decisão, o desembargador afirmou que o contingenciamento de recursos é parte da programação orçamentária do governo federal e visa ao respeito a leis e normas. Acrescenta que, dessa forma, proibir o bloqueio de recursos poderia prejudicar a ordem pública e econômica.

"Trata-se, portanto, de providência que se situa no âmbito da autonomia de gestão das políticas públicas governamentais, com os olhos voltados para as normas constitucionais e legais impositivas de limitações orçamentárias e, dentro desse viés, sob o ângulo estrito do exame dos elementos que autorizam a via excepcional do pedido de suspensão de liminar, identifico, no ato jurisdicional questionado, a possibilidade de impor, a um só tempo, grave lesão à ordem e à economia públicas", escreveu o desembargador em sua decisão.

"Sem embargo de lamentar a necessidade do contingenciamento, é certo que se operaram eles não somente no âmbito do Ministério da Educação, mas também no dos demais órgãos do Poder Executivo Federal... deixando ver a impessoalidade da medida necessária para a busca do equilíbrio fiscal e do aprimoramento da gestão dos recursos públicos, indispensável para o alcance da estabilidade econômica do País", acrescentou.

O bloqueio de verbas no Ministério da Educação levou milhares de pessoas às ruas nos dias 15 e 30 de maio para protestar contra o bloqueio, que o governo diz ser um contingenciamento, mas críticos classificam de cortes.

Os protestos, convocados pela União Nacional dos Estudantes (UNE), mas que também contaram com participação de partidos de esquerda, sindicatos e movimentos sociais, tiveram palavras de ordem a favor da educação, mas também contra o governo do presidente Jair Bolsonaro.

Acompanhe tudo sobre:Faculdades e universidades

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 23 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP