Brasil

Justiça decreta nova prisão de Youssef por lavagem

Juiz da Justiça Federal em Curitiba abriu nova ação penal contra Youssef e seus pares por lavagem, formação de quadrilha e apropriação indébita


	Julgamento do mensalão: Alberto Youssef foi preso por lavagem de R$ 1,16 mi do mensalão
 (Nelson Jr./SCO/STF)

Julgamento do mensalão: Alberto Youssef foi preso por lavagem de R$ 1,16 mi do mensalão (Nelson Jr./SCO/STF)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de julho de 2014 às 17h51.

São Paulo - A Justiça Federal decretou nova prisão preventiva do doleiro Alberto Youssef - alvo da Operação Lava Jato -, desta vez por lavagem de R$ 1,16 milhão do mensalão.

A decisão foi tomada pelo juiz Sérgio Fernando Moro, da Justiça Federal em Curitiba. Youssef está sob custódia desde março, quando a Justiça expediu uma primeira ordem de prisão contra ele.

Neste novo episódio, Sérgio Moro também decretou a prisão do doleiro Carlos Habib Chater, o "Zezé", e de mais dois envolvidos na trama de lavagem de dinheiro do mensalão - maior escândalo da era Lula -, Carlos Alberto Pereira da Costa, e Ediel Viana da Silva.

O juiz abriu nova ação penal contra Youssef e seus pares por lavagem, formação de quadrilha e apropriação indébita.

Segundo denúncia do Ministério Público Federal, os acusados teriam lavado "recursos criminosos" de titularidade do ex-deputado federal José Janene, líder do PP na Câmara na época do mensalão.

O dinheiro teria sido usado para investimentos em empreendimento industrial em Londrina (PR), constituindo a empresa Dunel Indústria.

A Procuradoria da República relata que o ex-deputado, que morreu em setembro de 2010, foi denunciado na Ação Penal 470 (Mensalão), perante o Supremo Tribunal Federal, "restando provado naqueles autos o recebimento por ele e por outros deputados do Partido Progressista, por quinze vezes, de propina, no montante de cerca de R$ 4,1 milhões no esquema fraudulento conduzido por Marcos Valério Fernandes de Souza".

Janene escapou da condenação no processo do mensalão porque morreu antes do julgamento do STF. Segundo a denúncia, R$ 1,16 milhão que Janene teria recebido no mensalão foram "investidos sub-repticiamente em empreendimento industrial em Londrina, especificamente na empresa Dunel Indústria". A Procuradoria denunciou 10 envolvidos, inclusive uma filha de Janene.

"A realização das transações dissimuladas, com utilização de terceiros e de pessoas interpostas, constitui indício significativo da própria origem criminosa dos recursos envolvidos", destaca o juiz Sérgio Moro.

"Afinal, fossem recursos lícitos, o natural seria a realização de transações pelo próprio ex-deputado (José Janene), sem recorrer a terceiros e a operações dissimuladas."

Para o magistrado, "o fato, em tese, configura crime de lavagem de dinheiro, tendo por antecedentes crimes contra a administração pública, tendo havido a consumação em Londrina, já que transações dissimuladas consistiam em investimento realizado para empreendimento industrial naquela localidade".

Ao mandar prender Youssef, Zezé e outros dois acusados (Carlos Alberto Pereira da Costa e Ediel Viana da Silva), o juiz Sérgio Moro anotou sobre a necessidade de "resguardar a ordem pública e a instrução criminal".

Acompanhe tudo sobre:CorrupçãoEscândalosFraudesJustiçaLavagem de dinheiroMensalãoPolítica no Brasil

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 17 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP