Brasil

Justiça de Anapu determina a prisão preventiva do padre José Amaro

Considerado sucessor da religiosa irmã Dorothy Stang, Amaro é acusado de liderar uma associação criminosa no Pará

Terras paraenses: padre teria cometido crimes como incentivo à ocupação de terras e assassinatos, constrangimento ilegal e lavagem de dinheiro (Antonio Scorza/AFP)

Terras paraenses: padre teria cometido crimes como incentivo à ocupação de terras e assassinatos, constrangimento ilegal e lavagem de dinheiro (Antonio Scorza/AFP)

AB

Agência Brasil

Publicado em 28 de março de 2018 às 18h51.

Última atualização em 28 de março de 2018 às 18h53.

O padre José Amaro Lopes de Sousa foi preso na terça-feira (27), em Anapu, no Pará. Considerado o sucessor da religiosa irmã Dorothy Stang, assassinada em 2005, ele é acusado de liderar uma associação criminosa. De acordo com a investigação policial, padre Amaro teria cometido diversos crimes, entre eles, incentivo à ocupação de terras e assassinatos, extorsão, assédio sexual, constrangimento ilegal e lavagem de dinheiro.

O juiz da Comarca de Anapu, André Monteiro Gomes, que decretou a prisão preventiva, disse que há provas documentais físicas e eletrônicas da existência dos crimes e indícios suficientes de autoria, além de vários termos de declarações de testemunhas.

Em nota publicada nesta quarta-feira (28), a Comissão Pastoral da Terra (CPT) acusa a polícia de se basear principalmente em depoimentos de fazendeiros contrários à atuação do religioso pela reforma agrária e pelo desenvolvimento sustentável. A CPT ainda critica a Justiça por não ter ouvido o Ministério Público antes de decretar a prisão. Paulo César Moreira, integrante da comissão, teme que seja uma ação para intimidar quem luta pela reforma agrária.

"Existe aí um processo de criminalização de toda e qualquer pessoa que possa lutar pelo direito à terra, direito ao território, por qualquer direito que diz respeito ou vá contra aos interesses dos poderosos da região".

Desde 2001, o Centro de Documentação Dom Tomás Balduino registra ameaças de morte contra o padre Amaro. A preocupação da CPT agora é também com a segurança do religioso, que está detido no presídio de Altamira, onde cumpre pena o mandante do assassinato de Dorothy Stang, o fazendeiro Regivaldo Pereira Galvão, mais conhecido como Taradão.

Procurados, a Justiça de Anapu e a polícia local não se manifestaram sobre as declarações da CPT.

Acompanhe tudo sobre:Corrupçãoabuso-sexualPrisõesIgreja CatólicaTerrasPará

Mais de Brasil

Hugo Motta diz que Câmara vota IR na quarta mesmo sem acordo sobre anistia

Governo prevê repasse para universidades e agências federais 53% menor em 2026 do que em 2014

Ibama aprova simulação da Petrobras na Margem Equatorial, último passo para licença de exploração

Lula diz que reunião com Trump ocorrerá 'o mais rápido possível e vai correr bem'