Brasil

Justiça condena skinheads que atacaram jovens judeus em Porto Alegre

Para o MP, os agressores pertencem a uma organização denominada Carecas do Brasil, que divulga ideologia preconceituosa contra grupos raciais e sociais

TJRS condenou à reclusão os três homens acusados de atacar três jovens judeus, em Porto Alegre (TJRS/Divulgação)

TJRS condenou à reclusão os três homens acusados de atacar três jovens judeus, em Porto Alegre (TJRS/Divulgação)

AB

Agência Brasil

Publicado em 20 de setembro de 2018 às 10h54.

Última atualização em 20 de setembro de 2018 às 10h54.

Depois de dois dias de julgamento, a juíza Cristiane Busatto Zardo, do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, condenou à reclusão os três homens acusados de atacar três jovens judeus, em Porto Alegre. Laureano Vieira Toscani e Thiago Araújo da Silva foram condenados a 13 anos de prisão em regime inicialmente fechado, Fábio Roberto Sturm a 12 anos e oito meses de reclusão.Thiago e Fábio, de acordo com a magistrada, poderão recorrer em liberdade.

O crime ocorreu em 2005, no Bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre, e causou comoção na capital. O julgamento não foi diferente e reuniu parentes, amigos e curiosos. Os três réus foram julgados por tentativa de homicídio triplamente qualificado, tendo entre as alegações motivo torpe - crime cometido única e exclusivamente por discriminação às vítimas, já que foram identificadas como seguidoras do judaísmo.

Para o Ministério Público (MP), os agressores pertencem a uma organização criminosa denominada Carecas do Brasil, uma facção de skinheads, que divulga ideologia preconceituosa contra grupos raciais e sociais, incluindo judeus, negros, homossexuais e punks.

Ataques

Pela denúncia do MP, na madrugada de 8 de maio de 2005, Rodrigo Fontella Matheus, Edson Nieves Santanna Júnior e Alan Floyd Gipsztejn caminhavam pela esquina das ruas Lima e Silva e República, Bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre, quando foram atacados por um grupo de skinheads, de ideologia neonazista.

As vítimas usavam quipás (chapéu, em forma de circunferência, usado pelos judeus). Os agressores, que estavam em um bar, viram os jovens judeus e partiram para o ataque.

Rodrigo Fontella Matheus foi golpeado com arma branca, socos e pontapés, mas em meio às agressões foi socorrido por pessoas que passavam no local.

Edson Nieves Santanna Júnior também foi atacado pelo grupo com golpes de arma branca, mas conseguiu escapar e buscar abrigo dentro de um bar. Por último, Alan Floyd Gipsztejn foi agredido, mas também conseguiu se esconder em um bar.

Acompanhe tudo sobre:PrisõesPreconceitosPorto AlegreJudeusRio Grande do Sul

Mais de Brasil

Formação de ciclone na Argentina provoca alertas de chuvas em estados de três regiões do Brasil

Disputa de 2026 será por 10% do eleitorado desinteressado que busca pelo novo, diz CEO da AtlasIntel

Crise das bebidas com metanol: Procon fiscaliza mais de de mil bares de SP em uma noite

Lula viaja para Roma neste sábado e se encontrará com papa Leão XIV