Flordelis: crime ocorreu na casa da família, na madrugada do dia 16 de junho, após o pastor retornar para casa, de carro, em companhia da mulher (Agência Câmara/Divulgação)
Agência Brasil
Publicado em 1 de novembro de 2019 às 06h57.
Última atualização em 1 de novembro de 2019 às 07h00.
São Paulo — A juíza Nearis Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói, ouviu nesta quinta (31), 22 testemunhas de acusação no processo em que Flavio dos Santos Rodrigues e Lucas Cezar dos Santos de Souza, filhos da deputada federal Flordelis dos Santos de Souza (PSD-RJ), 58 anos, são acusados de matar o pastor Anderson do Carmo, marido da parlamentar.
O crime ocorreu na casa da família, na madrugada do dia 16 de junho, após o pastor retornar para casa, de carro, em companhia da mulher.
Anderson foi atingido por mais de 30 tiros na garagem da casa do casal, no bairro de Pendotiba, em Niterói (RJ), por volta das 3h30, quando retornou ao carro para apanhar algo que tinha esquecido e morreu momentos depois de chegar ao hospital. Ele era casado há 25 anos com Flordelis e tinha 41 anos quando foi assassinado.
A audiência de instrução e julgamento começou com o depoimento de Wagner Andrade Pimenta, mais conhecido como Mizael, filho afetivo da deputada Flordelis e uma das 22 testemunhas de acusação. Ele pediu para aguardar em local isolado até que fosse chamado à sala de depoimentos. Seu advogado, Reinaldo Pereira dos Santos, disse que a medida era necessária para preservar a integridade física de Mizael, acusado de participação no assassinato em uma carta supostamente escrita pelo réu Lucas dos Santos de Souza.
A parlamentar, em entrevista, explicou que recebeu a carta das mãos da mulher de um preso. Na correspondência, ainda de acordo com o advogado, Lucas revela que Mizael teria oferecido a ele um emprego e um carro em troca de um "susto" no pastor Anderson do Carmo.
O advogado de Mizael, Reinaldo dos Santos, disse à juíza Nearis Arce que, a partir da divulgação da carta, que supostamente atribui a participação do seu cliente como mentor intelectual do crime, achou melhor acompanhá-lo.
"Para que as provas que efetivamente constam do inquérito sejam validadas, até porque a autoridade policial já tem um entendimento relacionado à veracidade dessa carta supostamente escrita pelo réu Lucas. É basicamente não deixar que ele sofra alguma sanção ou corra o risco de ser indiciado", explicou o advogado.
Dois filhos da parlamentar estão presos: Lucas, de 18 anos, filho adotivo, (que teria ajudado a comprar a arma), e Flávio, de 38 anos, e filho de sangue de Flordelis, que assumiu ter atirado seis vezes contra o padastro.