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Justiça bloqueia mais R$ 349,7 mi de investigados na Ponto Final

Do ex-governador Sérgio Cabral foi determinado o bloqueio de R$ 245 milhões, mas não foi encontrado nenhum valor

Dinheiro: o maior valor encontrado em contas de pessoas físicas pertence a Enéas da Silva Bueno, de quem foram apreendidos R$ 10,7 mi (./Thinkstock)

Dinheiro: o maior valor encontrado em contas de pessoas físicas pertence a Enéas da Silva Bueno, de quem foram apreendidos R$ 10,7 mi (./Thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de julho de 2017 às 22h08.

Rio - O Banco Central encontrou e, atendendo ordem judicial, bloqueou R$ 349,7 milhões em contas de empresas e pessoas investigadas na Operação Ponto Final, que detectou propinas no sistema de transportes do Estado do Rio durante a gestão de Sérgio Cabral (PMDB).

Entre o último domingo, 2, e a segunda-feira, 3, foram presas 11 pessoas, entre empresários e ex-chefes de setores de transporte do governo estadual do Rio.

Na terça-feira, 4, o juiz federal Marcelo Bretas, da 7.ª Vara Criminal Federal, no Rio, determinou o bloqueio de mais de R$ 18 bilhões de 44 investigados pela operação (30 empresas ou entidades e 14 pessoas físicas).

Do ex-governador Sérgio Cabral foi determinado o bloqueio de R$ 245 milhões, mas não foi encontrado nenhum valor.

Os R$ 349,7 milhões encontrados correspondem a 1,94% do valor buscado. O maior valor estava na conta da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio (Fetranspor): R$ 86,7 milhões.

O segundo maior valor foi de R$ 53 milhões, que estavam na conta da Guanabara Diesel AS Comércio e Representações.

O maior valor encontrado em contas de pessoas físicas pertence a Enéas da Silva Bueno, de quem foram apreendidos R$ 10,7 milhões.

Nas contas de Cabral, de Dayse Alexandra Neves e de sete empresas não foi encontrado nenhum dinheiro.

Os menores valores localizados pelo Banco Central estavam nas contas do Hotel Fazenda Cachoeiras de Cavaru Ltda (R$ 0,68) e de Marcio Marques Pereira de Miranda (R$ 67,23).

Recurso

Por meio do advogado Marcelo Carpenter, a Fetranspor, o Rio Ônibus (sindicato patronal do Rio) e a Rio Par (empresa que gerencia parte dos serviços de bilhetagem e pertence à Fetranspor) recorreram da decisão de Bretas que determinou o bloqueio dos valores nas contas dessas entidades.

Segundo Carpenter, as contas das três entidades recebem valores que pertencem não só às empresas investigadas na Operação Ponto Final, mas também a outras, que nada têm a ver com a investigação e ficariam prejudicadas pela decisão, porque não receberiam sua parte da receita diária.

As entidades repassam a cada dia às empresas associadas os valores arrecadados no dia anterior.

Até as 17h45 Bretas não havia se manifestado sobre o recurso apresentado por Carpenter.

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