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Justiça anula decisão do Ibama que reduziu geração de energia em Belo Monte

ONS alertou ao órgão ambiental para risco de impactos para sistema elétrico

ONS alertou ao órgão ambiental para risco de impactos para sistema elétrico (Particular Filmes/Divulgação)

ONS alertou ao órgão ambiental para risco de impactos para sistema elétrico (Particular Filmes/Divulgação)

Agência o Globo
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Publicado em 20 de fevereiro de 2025 às 17h00.

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A Justiça Federal do Pará concedeu, nesta quarta-feira (20), uma liminar anulando a decisão do Ibama que determinava a redução da vazão da usina hidrelétrica de Belo Monte. A medida do órgão ambiental visava preservar a reprodução dos peixes no rio Xingu, mas a Justiça considerou que a decisão também deve levar em conta a segurança do sistema elétrico nacional.

A redução da vazão foi imposta pelo Ibama no fim de janeiro, após uma falha em linhas de transmissão que escoam a energia da usina. O problema aumentou o fluxo natural do rio, permitindo que os peixes realizassem a piracema (processo de reprodução com desova).

Mesmo após o restabelecimento das linhas, o órgão ambiental determinou que a vazão reduzida fosse mantida até 15 de março, fim do período reprodutivo dos peixes.

No entanto, a Justiça argumentou que a estabilidade elétrica do país precisa ser considerada:

— A flexibilização da taxa de variação da defluência, em casos excepcionais devidamente justificados, não configura violação ambiental, mas sim uma necessidade operacional para manter a estabilidade do sistema elétrico — diz a decisão.

Impacto no sistema elétrico

O Operador Nacional do Sistema (ONS) alertou, em carta enviada ao Ibama, que a restrição imposta poderia gerar impactos relevantes na operação do sistema elétrico brasileiro, comprometendo a confiabilidade do abastecimento.

Nos meses de maior afluência de água (dezembro a junho), Belo Monte tem um papel estratégico na distribuição de energia e no controle dos reservatórios das bacias do Sudeste/Centro-Oeste, que garantem o abastecimento no período seco.

Em 2024, por exemplo, a indisponibilidade do Bipolo Xingu – Terminal Rio exigiu o acionamento de usinas termelétricas, elevando os custos de geração.

Custos bilionários para os consumidores

O presidente da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa, afirmou que a redução na geração de Belo Monte poderia gerar um custo adicional entre R$ 1,2 bilhão e R$ 2,4 bilhões para os consumidores de energia elétrica.

A decisão judicial determina que a usina mantenha a taxa de vazão atual, sem reduções ou aumentos, exceto em casos expressamente previstos na outorga e com prévia comunicação aos órgãos competentes (Ibama, Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e Ministério Público Federal (MPF)).

Agora, o Ibama, ANA e MPF têm cinco dias para se manifestar sobre a decisão.

(Com informações da Justiça Federal do Pará)

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