Brasil

Justiça abre ação contra Vaccari por lavagem de dinheiro

O juiz Sérgio Moro decidiu abrir nova ação penal contra o ex-tesoureiro do PT por lavagem de dinheiro


	João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, sob custódia da Polícia Federal em Curitiba
 (Rodolfo Buhrer/Reuters)

João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, sob custódia da Polícia Federal em Curitiba (Rodolfo Buhrer/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de abril de 2015 às 17h04.

São Paulo - A Justiça Federal abriu nova ação penal contra o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, por lavagem de dinheiro. A decisão é do juiz Sérgio Moro, que conduz os processos criminais da Operação Lava Jato.

Também são acusados o ex-diretor de Serviços da Petrobrás Renato Duque e o executivo Augusto Mendonça, do Grupo Setal, um dos delatores da Lava Jato.

Segundo o Ministério Público Federal, parte da propina dirigida à Diretoria de Serviços da Petrobra.s teria sido repassada, a pedido de Renato Duque - então diretor de Serviços -, como doações oficiais ao Partido dos Trabalhadores no montante de R$ 4,26 milhões.

É a segunda ação penal aberta contra Vaccari. Na primeira ação, ele é acusado de ser o "responsável por acolher as doações e tinha conhecimento da origem e natureza criminosa dos valores".

A ação aberta nesta quinta feira, 30, tem base em depoimento complementar de Augusto Mendonça, executivo do Grupo Setal, um dos delatores da Lava Jato.

Ele afirmou que a empreiteira SOG/SETAL, a pedido de João Vaccari Neto, também direcionou R$ 2,3 milhões das propinas acertadas em pagamentos à Editora Gráfica Atitude, sediada em São Paulo. A gráfica é ligada ao PT.

Em outras palavras, parte da propina acertada no esquema criminoso da Petrobrás teria sido direcionada como doações oficiais ao Partido dos Trabalhadores e parte direcionada em pagamentos à Editora Gráfica Atitude", assinalou o juiz Sérgio Moro.

Ao analisar a denúncia que imputa 24 operações de lavagem de dinheiro a Vaccari, o juiz da Lava Jato observou.

"Quanto ao dolo de João Vaccari, há afirmações de criminosos colaboradores de que ele tinha conhecimento da origem e natureza criminosa dos valores envolvidos e, além disso, tratando-se, segundo a imputação, de transferências realizadas com base em contratos simulados, o agir doloso é a explicação provável para o emprego destes estratagemas subreptícios."

"Presentes indícios suficientes de autoria e materialidade, recebo a denúncia contra os acusados Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, João Vaccari Neto e Renato de Souza Duque."

O juiz deu prazo de 10 dias para os acusados apresentarem resposta à acusação.

Acompanhe tudo sobre:JustiçaLavagem de dinheiroOperação Lava JatoPartidos políticosPolítica no BrasilPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Brasil

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP

Governos preparam contratos de PPPs para enfrentar eventos climáticos extremos

Há espaço na política para uma mulher de voz mansa e que leva as coisas a sério, diz Tabata Amaral

Quais são os impactos políticos e jurídicos que o PL pode sofrer após indiciamento de Valdemar