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Juros não devem mais subir no mesmo ritmo de janeiro, diz BC

Segundo o órgão, aumento das taxas no últimos meses ocorreram devido às medidas para conter a alta de crédito no país

A concessão de crédito para a compra de carros caiu 33,5% em janeiro (Getty Images)

A concessão de crédito para a compra de carros caiu 33,5% em janeiro (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 24 de fevereiro de 2011 às 13h57.

Brasília - As taxas de juros não devem ter mais aumento tão forte como o observado em janeiro deste ano, segundo estimativa do chefe adjunto do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Tulio Maciel.

De dezembro de 2010 para janeiro deste ano, a taxa média de juros para as famílias subiu 3,2 pontos percentuais e ficou em 43,8% ao ano, o maior patamar desde outubro de 2009 (44,2% ao ano), período da crise financeira internacional. No caso das empresas, o aumento foi de 1,4 ponto percentual, para 29,3% ao ano, maior nível desde fevereiro de 2009 (30,9% ao ano).

"A gente não espera obviamente esse ritmo de crescimento da taxa de juros observada em janeiro. É um aumento relativamente alto, se olhar a série histórica. É natural que isso não venha a se repetir", disse Maciel.

De acordo com o BC, o aumento das taxas de juros em janeiro foi influenciado pelas medidas macroprudenciais anunciadas em dezembro de 2010. A instituição adotou medidas de redução da liquidez no mercado financeiro e de restrição de crédito com prazos mais longos, principalmente financiamento de veículos. “O impacto das medidas macroprudenciais é mais efetivo nos primeiros meses. Há uma mudança das condições das operações e isso se reflete nas taxas de juros em janeiro”, destacou Maciel.

As concessões de crédito para a compra de veículos em janeiro em relação a dezembro caíram 33,5%. No total, as concessões para pessoas físicas tiveram queda de 9,3%. No caso das empresas, a redução no período foi de 19,1%. Segundo Maciel, a queda nas concessões para pessoas jurídicas é típica desta época do ano.

Sobre a inadimplência, Maciel afirma que não há preocupação. “Neste momento, a inadimplência mostra-se comportada, dentro do que esperávamos”. Segundo ele, o prazo médio das operações, que deve cair, e o aumento da renda e do emprego são fatores que devem contribuir para manter a estabilidade da inadimplência.

No mês passado na comparação com dezembro, a inadimplência das empresas subiu 0,1 ponto percentual, para 3,6%, e no caso das pessoas físicas ficou estável em 5,7%. O BC considera inadimplência os atrasos superiores a 90 dias.

Os dados preliminares do BC mostram que a taxa média de juros para as pessoas físicas caiu 0,3 ponto percentual, neste mês, até o dia 11 (nove dias úteis), em relação à de janeiro. Para as empresas, houve elevação de 0,8 ponto percentual.

A média diária de concessões, neste mês até o dia 11, subiu 3,6%, comparada com a de janeiro, para as pessoas físicas. No caso das empresas, a alta foi de 18,5%. Segundo Maciel, é preciso ter cautela com os dados parciais, que podem se alterar ao longo do mês.

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