Tombini, presidente do BC: juro nominal no Brasil ainda é um dos maiores do mundo (Antônio Cruz/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 19 de janeiro de 2011 às 08h30.
Brasília - Seja qual for a decisão de hoje do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), o Brasil continuará a ser um dos campeões mundiais do juro alto. Em termos nominais, a taxa básica brasileira - a Selic, atualmente em 10,75% ao ano - só perde hoje para a praticada no Paquistão (14,00%) e na Venezuela (18,10%).
A diferença é que, em ambos os países, a inflação é bem mais alta do que aqui. No vizinho sul-americano, os índices ao consumidor oscilam em torno de 27%. No Paquistão, estão na casa dos 20%. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial do Brasil, subiu 5,91% em 2010.
Por isso, o juro real (que desconta os índices de preços) brasileiro é o mais elevado do planeta. Hoje, levando-se em conta as projeções de inflação para os próximos 12 meses, o juro real está perto de 7% ao ano. Segundo especialistas do mercado financeiro, a perspectiva é de que essa situação não mude no curto e, provavelmente, nem no médio prazo. Eles dizem que o País ainda não criou condições estruturais para ter uma taxa básica de juros mais baixa.
Ontem foi realizada a primeira etapa da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) sob o comando do novo presidente da autoridade monetária, Alexandre Tombini. Hoje, no fim do dia, ele deve promover uma elevação de 0,5 ponto porcentual na Selic. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.