Brasil

Juro ao consumidor é o mais baixo desde o Plano Real

O BC atribui a redução à queda da inadimplência e à expansão do crédito mais barato, como o consignado

Juro vai cair ainda mais, já que a inadimplência deve manter-se em queda (.)

Juro vai cair ainda mais, já que a inadimplência deve manter-se em queda (.)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h47.

Brasília - O juro cobrado do consumidor nos empréstimos nunca foi tão baixo. Dados divulgados ontem pelo Banco Central (BC) mostram que a taxa paga pelas pessoas físicas caiu para 39,9% anuais em agosto, a mais baixa desde o Plano Real.

Em julho, estava em 40 5%. O BC atribui a redução à queda da inadimplência e à expansão do crédito mais barato, como o consignado. Enquanto famílias aproveitam taxas em queda, o juro médio cobrado das empresas nos financiamentos subiu pelo quarto mês seguido.

"O crescimento da economia gera menor inadimplência, o que favorece a redução das taxas. Além disso, modalidades como o consignado e o financiamento de veículos, que têm juros menores, continuam ganhando mercado", diz o chefe adjunto do departamento econômico do BC, Túlio Maciel.

Nos últimos meses, mais consumidores têm tomado dinheiro em operações com juros menores, o que reduz o juro médio do mercado. O melhor exemplo é o crédito consignado. Em agosto, essas operações cresceram 3,1% em relação a julho. Já o crédito pessoal tradicional, sem desconto em folha de pagamento, avançou 2,2%. Como o juro médio do consignado é de 26,4% ao ano - menor que os 55,3% do crédito pessoal -, a média acaba caindo estatisticamente.

"Como o pagamento do consignado é feito diretamente no salário, o risco de calote dessa operação é muito baixo. Por isso, o juro é menor", diz o professor da Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas, Evaldo Alves. Hoje, 60,2% do crédito pessoal já é tomado no consignado. Há um ano, eram 56,9%.

Para Alves, o juro vai cair ainda mais, pois a inadimplência continua em queda. Em agosto, a parcela dos empréstimos às famílias com atraso superior a três meses caiu de 6,3% para 6,2%. O calote tem caído gradualmente desde maio de 2009.

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