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Juristas e ex-ministros criam Comissão Arns em defesa dos direitos humanos

A iniciativa diz que não será de oposição ao governo, nem partidária, mas afirma estar alerta “para eventuais retrocessos"

Direitos humanos no Brasil: "A função principal da Comissão é defender essas políticas de Estado de direitos humanos" (Comissão Arns/Facebook)

Direitos humanos no Brasil: "A função principal da Comissão é defender essas políticas de Estado de direitos humanos" (Comissão Arns/Facebook)

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Clara Cerioni

Publicado em 21 de fevereiro de 2019 às 15h51.

São Paulo — Com o objetivo de atuar em defesa dos direitos humanos no Brasil, um grupo de 20 líderes políticos e acadêmicos lançou, nesta quarta-feira (20), a Comissão Arns, no Largo São Francisco, em São Paulo.

Liderado pelo ex-secretário de Direitos Humanos Paulo Sergio Pinheiro, a iniciativa diz que não será de oposição ao governo, nem partidária. Apesar disso, Pinheiro afirma que o grupo estará alerta “para eventuais retrocessos que possam acontecer".

De acordo com ele, há um movimento global e também na América Latina de "terminar com políticas de Estado de direitos humanos" algo que o grupo planeja combater, destacou.

"A função principal da Comissão é defender essas políticas de Estado de direitos humanos, mas sem fazer política", afirmou. "Não pretendemos ter um super protagonismo, queremos trabalhar em rede, com entidades", acrescentou.

Participam do grupo nomes como o cientista político André Singer, que foi porta-voz do governo de Luiz Inácio Lula da Silva; Cláudia Costin, ministra durante o governo Fernando Henrique Cardoso; o economista Luiz Carlos Bresser-Pereira, que foi ministro de José Sarney; e José Gregori, ex-ministro da Justiça no governo de Fernando Henrique Cardoso.

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"É possível que um membro seja adversário político de outro, mas desde que decidimos construir esse grupo, isso cessou", afirmou Gregori.

Segundo ele, a ideia de fundar a comissão surgiu no final do ano passado, depois que "os direitos humanos foram agredidos, distorcidos e atacados na campanha eleitoral".

Durante o lançamento da comissão, foi aprovado o estatuto do grupo, que, segundo os fundadores, pretende ampliar a defesa dos direitos humanos no Brasil.

O colegiado foi batizado em homenagem ao bispo Dom Paulo Evaristo Arns, conhecido pela defesa de direitos humanos e denúncias de crimes ligados a ditaduras no Brasil e em outros países da América Latina.

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