Nesta terça, o júri deve ouvir nove testemunhas de defesa, após a promotoria ter dispensado as demais testemunhas de acusação (Stock.Xchange)
Da Redação
Publicado em 16 de abril de 2013 às 11h41.
São Paulo - O julgamento de 26 policiais militares acusados de 15 mortes no massacre do Carandiru entra no seu segundo dia nesta terça-feira, no Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo.
Cinco testemunhas de acusação já foram ouvidas: três ex-detentos do presídio, o ex-diretor de segurança e disciplina da Casa de Detenção e um perito criminal.
Os depoimentos contestaram o número oficial de mortes relatadas. Ao todo, 111 presos teriam sido mortos no Pavilhão 9 do Carandiru, em outubro de 1992. Um dos ex-presidiários disse que contou o dobro de corpos.
"A impressão que nós tínhamos era que o número de corpos era muito maior do que o divulgado", disse o agente penitenciário, Moacir dos Santos. O perito Osvaldo Negrini Neto mostrou fotos dos mortos empilhados no pátio do presídio aos jurados e afirmou que a retirada dos corpos do local prejudicou a perícia.
Nesta terça, o júri deve ouvir nove testemunhas de defesa, após a promotoria ter dispensado as demais testemunhas de acusação. O secretário de Segurança Pública à época, Pedro Franco de Campos, e o ex-governador de São Paulo Luiz Antônio Fleury Filho já estão no Fórum da Barra Funda, segundo informações do Tribunal de Justiça. Os dois prestarão depoimento.
Esse é o primeiro julgamento do massacre no Carandiru. Outros 53 PMs serão julgados pela participação na invasão à Casa de Detenção em mais três etapas.