Raul Jungmann: "Quem tem o controle do território muitas vezes consegue o controle do voto para eleger seus representantes e aliados" (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 4 de julho de 2018 às 19h38.
Rio - O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, afirmou nesta quarta-feira, 4, que órgãos federais e estaduais do Rio de Janeiro monitoram candidaturas de pessoas ligadas ao crime organizado, como as milícias e as facções criminosas, com o objetivo de impedir que, caso sejam eleitos, esses candidatos tomem posse ou cumpram o mandato.
"O crime organizado chegou a controlar 800 comunidades no Rio de Janeiro. Quem tem o controle do território muitas vezes consegue o controle do voto para eleger seus representantes e aliados", afirmou Jungmann à imprensa, durante evento no Rio de Janeiro.
"Se houver essa influência, vamos tomar providências para evitar que esses representantes do crime organizado tomem posse. O Tribunal Superior Eleitoral criou um grupo de trabalho integrado pelo próprio TSE, pela Polícia Federal, pelas polícias do Rio de Janeiro, pela Agência Brasileira de Inteligência e pelo Ministério Público. Todos estão mobilizados para que, se houver essa influência, possamos evitar que esses representantes do crime organizado tomem posse e, se chegarem a tomar posse, que sejam cassados", contou o ministro.
"Não é possível que o crime se infiltre no Legislativo, seja em qualquer nível. E também não é aceitável que haja representação de criminosos onde se dá a representação popular do Rio de Janeiro", concluiu.
Jungmann participou, no Rio de Janeiro, do lançamento de um projeto realizado em parceria pelos ministérios da Segurança e da Cultura. O #economiacriativagerafuturo pretende oferecer cursos profissionalizantes a 8.000 jovens de favelas do Rio de Janeiro. O ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, também participou do evento.