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Julgamento do STF não deve ter efeito dominó sobre a Lava Jato, diz Gilmar

Em princípio, só serão beneficiados os réus que apontaram desde o início do processo terem sido alvos da "nulidade" que está em discussão no STF

Gilmar Mendes: ministro não crê em "efeito dominó" de julgamento que pode anular sentenças (Nelson Jr./SCO/STF/Reprodução)

Gilmar Mendes: ministro não crê em "efeito dominó" de julgamento que pode anular sentenças (Nelson Jr./SCO/STF/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 27 de setembro de 2019 às 14h03.

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta sexta-feira (27) não acreditar que o julgamento iniciado nesta semana pela Corte e que pode levar à anulação de sentenças da Lava Jato terá um "efeito dominó". Em princípio, disse Mendes, só serão beneficiados os réus que apontaram desde o início do processo terem sido alvos da "nulidade" que está em discussão no STF. "Portanto, algo bastante limitado. Mas isso saberemos na próxima semana", emendou.

O Supremo começou a julgar na quarta-feira, 25, o entendimento de que réus delatados têm o direito de falar por último nos casos em que delatores - aqueles que fecharam acordos de colaboração premiada - também são acusados no processo. Apesar de já haver maioria favorável a essa tese, que coloca em risco sentenças criminais, a Corte Suprema deve decidir na próxima semana quais são os limites da decisão.

O Supremo pode fixar critérios para a eventual anulação de condenações - muitas delas proferidas pelo ex-juiz Sergio Moro, hoje ministro da Justiça -, como exigir a comprovação de prejuízo à defesa. Dessa forma, seriam alcançadas apenas as sentenças nas quais a Justiça negou o pedido de réus delatados para se manifestar depois dos delatores.

"Eu nunca acredito nessas contas que aparecem, de que isso (o julgamento) terá um efeito dominó. É preciso fazer essa contabilidade com muito cuidado. Porque, em princípio, essas decisões só beneficiarão aqueles que já vinham arguindo essa nulidade desde o início, portanto algo bastante limitado. Mas isso saberemos na próxima semana", disse o ministro ao ser questionado na manhã desta sexta-feira sobre os efeitos do julgamento.

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