O ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro chega ao Congresso Nacional para se encontrar com parlamentares do Partido Liberal em Brasília em 21 de julho de 2025 (EVARISTO SA /AFP)
Repórter
Publicado em 14 de novembro de 2025 às 08h47.
O julgamento do recurso do ex-presidente Jair Bolsonaro na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) será concluído nesta sexta-feira, 14, às 23h59.
Bolsonaro foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de dar um golpe de Estado.
O recurso já foi rejeitado por unanimidade pelos ministros, mas o julgamento só é encerrado oficialmente após o fim do prazo máximo da sessão virtual.
De acordo com a lei, o ex-presidente só pode ser preso quando não couber mais recursos. Essa fase seria encerrada após a rejeição por parte dos magistrados.
Entretanto, a defesa sinalizou que deve entrar com embargos infringentes, outro tipo de recurso que poderia ser usado para contestar o mérito da sentença e reduzir a pena.
Pelas regras do STF, esse tipo de embargo só seria possível caso Bolsonaro tivesse recebido dois votos pela absolvição. O ministro Luiz Fux foi o único a negar a condenação.
Nos recursos ao Supremo, os advogados repetiram as alegações apresentadas ao longo do curso do processo. Uma das linhas argumentativas sustenta que Bolsonaro não pode ser considerado responsável pelos ataques de 8 de janeiro de 2023 porque centenas de pessoas que estavam no local no momento da invasão das sedes dos Três Poderes já foram condenadas por "dolo direto" e ele não estava no Brasil.
"O acórdão [documento com a decisão da Corte pela condenação], dada a máxima vênia, esforça-se para colocar o Embargante como uma figura onipresente nos fatos narrados sem, contudo, demonstrar ações concretas e as provas correspondentes", afirma a defesa nos embargos de declaração.
Em sessão virtual, porém, os ministros divergiram dos advogados e mantiveram a condenação.
Segundo Moraes, que foi acompanhado pelos ministros Flavio Dino, Cristiano Zanin e Cármen Lúcia, os argumentos da defesa no recurso reproduzem apenas "inconformismo" com o desfecho do julgamento, sem apresentar de fato situações de omissões e contradições.
Moraes disse ainda que ficou "amplamente comprovado" que os atos de 8 de janeiro de 2023 foram mais uma etapa do plano de golpe liderado por Bolsonaro.
O ministro Luiz Fux, que votou para absolver Bolsonaro, não participou do julgamento porque decidiu migrar para a Segunda Turma do STF e não pertence mais ao colegiado responsável por analisar o caso.
*Com informações do repórter da EXAME, Matheus Teixeira