Brasil

Juiz manda reabrir bares de BH e diz que mídia impõe "medo e desespero"

O magistrado chamou o prefeito da capital mineira de "tirano" por baixar decreto que barrava o funcionamento de bares, lanchonetes e restaurantes

Juiz ordena a reabertura dos estabelecimentos e diz que a mídia impõe 'medo e desespero' sobre a doença (Amanda Perobelli/Reuters)

Juiz ordena a reabertura dos estabelecimentos e diz que a mídia impõe 'medo e desespero' sobre a doença (Amanda Perobelli/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 20 de julho de 2020 às 21h59.

O juiz Wauner Batista Ferreira Machado, da 3ª Vara da Fazenda de Belo Horizonte, chamou o prefeito da capital mineira, Alexandre Kalil (PSD), de 'tirano' por baixar decreto que barrava o funcionamento de bares, lanchonetes e restaurantes na cidade durante a pandemia do novo coronavírus. Em decisão, o magistrado ordena a reabertura dos estabelecimentos e diz que a mídia impõe 'medo e desespero' sobre a doença.

Na opinião do juiz, o decreto de Kalil violou o artigo da Constituição que prevê que 'ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisas senão em virtude da lei'.

"Não é isso que estamos presenciando no município de Belo Horizonte, onde a Câmara Municipal está fechada, devido à pandemia, e o prefeito, paradoxalmente, exerce a tirania de fazer leis por decretos, ao bel prazer dele e de seus técnicos da saúde, sem qualquer participação dos cidadãos através de seus parlamentares, como se fossem os únicos que detivessem os dons da inteligência, da razão e da temperança e não vivessem numa democracia", afirmou.

O magistrado afirma que a maioria da população 'está cega pelo medo e o desespero, que diariamente lhe é imposta pela mídia com as suas veiculações'.

Machado determinou que cópias do processo sejam levadas, 'com urgência', para o Ministério Público mineiro e à Câmara de Vereadores de BH para que sejam apurados 'crimes de responsabilidade e de atos de improbidade administrativa' praticados por Kalil ao 'legislar por decretos'.

O juiz atendeu pedido da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Minas Gerais, que alegava prejuízos sofridos pelos seus filiados devido ao decreto de Kalil. A reabertura foi condicionada ao cumprimento de distanciamento social entre os clientes e condições sanitárias que evitem a propagação do coronavírus, como a suspensão do serviço de self-service.

COM A PALAVRA, A PREFEITURA DE BELO HORIZONTE

A Prefeitura de Belo Horizonte vai entrar com recurso e pedir a suspensão da liminar ainda nesta segunda-feira, 20.

Acompanhe tudo sobre:BaresBelo HorizonteCoronavírusMinas GeraisRestaurantes

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas