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Juiz e promotor vão passar por detector de metais

A decisão foi tomada pelo CNJ após a apresentação de dois pedidos de providências relativos ao órgão


	Martelo de juiz: o julgamento do pedido foi iniciado em março de 2013 e concluído anteontem no CNJ
 (Oxford/Getty Images)

Martelo de juiz: o julgamento do pedido foi iniciado em março de 2013 e concluído anteontem no CNJ (Oxford/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 3 de dezembro de 2014 às 07h42.

São Paulo - Por determinação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), juízes e promotores serão submetidos a detectores de metais em varas, seções judiciárias, fóruns e tribunais de todo o País.

A decisão foi tomada após a apresentação de dois pedidos de providências relativos ao órgão. Em um deles, um advogado do interior de São Paulo questiona o esquema de segurança de uma subseção judiciária da Justiça Federal.

Especializado em Direito Previdenciário, Marcos Alves Pintar se queixou do fato de magistrados, promotores, advogados públicos e servidores usarem uma porta de acesso lateral da subseção de São José do Rio Preto sem nenhum controle, enquanto advogados eram submetidos ao detector de metais. O julgamento do pedido foi iniciado em março de 2013 e concluído anteontem no CNJ.

"Existe um incômodo porque precisa ficar passando por essa situação constrangedora (do detector de metais). Mas o que mais incomoda mesmo é não valer para todo mundo. É algo segregador", afirmou Pintar.

Os aparelhos foram instalados em prédios forenses em 2010 por determinação também do CNJ.

O presidente do Tribunal Regional Federal da 3.ª Região (TRF-3), o desembargador federal Fábio Prieto de Souza, declarou apoio à decisão do CNJ.

"Não há razão para que, em São José do Rio Preto, os magistrados não se submetam ao detector de metais. Trata-se de simples critério de racionalidade", afirmou Souza.

Apoio

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo (OAB-SP), Marcos da Costa, elogiou a decisão.

Ele afirmou, em nota, que o órgão "sempre insistiu que submeter apenas advogados aos atuais procedimentos de revista feria o princípio de isonomia entre todos os agentes de Justiça, uma vez que não há hierarquia nem subordinação".

A Associação Paulista de Magistrados (Apamagis), o Ministério Público do Estado (MPE) e a Associação Paulista do Ministério Público (APMP) não comentaram a decisão.

Ex-presidente da Associação Brasileira de Magistrados (AMB) e desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), Henrique Nelson Calandra afirmou que juízes e promotores não passam por detectores de metais porque têm direito de portar armas.

"Não muda nada. É uma deliberação que agrada a alguns setores que acham que devem ser tratados igualmente. Mas o princípio da isonomia diz que situações desiguais devem ser tratadas de forma desigual."

O TJ-SP afirmou que não teve acesso à íntegra da decisão do CNJ, mas informou que cumpre as resoluções de 2010. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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