Polícia Federal: para o juiz, "é difícil falar em liderança, na medida em que não há uma organização bem definida" (Arquivo/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 21 de julho de 2016 às 22h46.
Curitiba - O juiz da 14.ª Vara Federal de Curitiba, Marcos Josegrei da Silva, responsável pela Operação Hashtag da Polícia federal, que levou nesta quinta-feira à prisão 10 suspeitos de terrorismo nos Jogos Olímpicos do Rio, negou que o preso no Paraná seja o líder do grupo, como aventou o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes.
Para o juiz, "é difícil falar em liderança, na medida em que não há uma organização bem definida. Eles compartilharam vídeos que circulam na internet ou em grupos fechados, elementos que foram usados como indícios para a acusação", explicou.
Segundo o juiz, as investigações começaram em abril deste ano, já baseadas na nova legislação antiterror. Os suspeitos estão sendo investigados por "integrar o promover organização terrorista e iniciar atos preparatórios tendentes à prática de terrorismo".
Para Josegrei da Silva, não é possível afirmar que havia um alvo delimitado, mas houve conversas no sentido de que os Jogos Olímpicos do Rio, que começam no dia 5 de agosto, seriam uma oportunidade de atentar contra países da coalizão que são inimigos do Estado Islâmico, embora o Brasil não seja um destes países.
Outras ordens de prisão e de buscas estão sendo realizadas no Paraná, mas o juiz preferiu não adiantar mais dados para "não atrapalhar as investigações". Segundo Josegrei da Silva, os suspeitos têm entre 20 e 40 anos.
As prisões temporárias têm validade de 30 dias e podem ser prorrogadas conforme os resultados das investigações. "As prisões e buscas têm como finalidade tentar obter elementos que produzam uma confirmação. Nem tudo o que uma pessoa preconiza no mundo virtual necessariamente ela vai realizar no mundo real", afirmou o juiz.