Brasil

Jucá ignora Renan e convoca reunião da bancada do PMDB com Temer

O objetivo da reunião é justamente defender o apoio dos peemedebistas às reformas trabalhista e previdenciária

Jucá, Temer e Renan: o presidente tem criado um canal direto com senadores do PMDB, já que não conta com a interlocução de Renan a seu favor (Adriano Machado/Reuters)

Jucá, Temer e Renan: o presidente tem criado um canal direto com senadores do PMDB, já que não conta com a interlocução de Renan a seu favor (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de maio de 2017 às 20h28.

Brasília - O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), convidou os senadores peemedebistas para uma reunião com o presidente Michel Temer na próxima terça-feira, 9, às 11h, no Palácio do Planalto.

Na prática, a iniciativa ignora o líder da bancada, Renan Calheiros (PMDB-AL), que tem se posicionado contra as principais medidas econômicas do governo.

O objetivo da reunião é justamente defender o apoio dos peemedebistas às reformas trabalhista e previdenciária independentemente da postura de Renan.

A proposta que modifica a CLT chegou esta semana ao Senado. Aliados de Temer afirmam que a ideia é evitar o confronto com o líder da bancada, mas também "não supervalorizá-lo" e dar seguimento à proposta na Casa.

Interlocutores de Temer dizem ainda que ele está buscando "abrir espaço" para ouvir senadores descontentes com Renan.

O presidente tem criado um canal direto com senadores do PMDB, já que não conta com a interlocução de Renan a seu favor para a aprovação das reformas. Ontem, por exemplo, ele recebeu a senadora Rose de Freitas (ES) no Planalto.

Na quarta-feira, uma ala do PMDB insatisfeita com Renan fracassou na tentativa de destituí-lo: só conseguiu reunir o apoio de oito dos 12 votos necessários para afastar o atual líder.

Após o episódio, a senadora Marta Suplicy (PMDB-SP) chegou a pedir uma reunião da bancada com Renan, que rejeitou o pedido e marcou um encontro para terça à noite.

O movimento contra Renan se intensificou após ele atuar para que a reforma trabalhista também passe pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), além das Comissões de Assuntos Econômicos (CAE) e de Assuntos Sociais (CAS), o que atrasará a tramitação em cerca de 30 dias.

Na mesma semana, Renan se reuniu com a oposição e líderes sindicais para defender mudanças no texto.

Apesar disso, o presidente da CCJ, Edison Lobão (MA), tido como aliado de Renan, escolheu Jucá para a relatoria do texto.

A escolha do líder do governo foi vista como uma vitória para integrantes do Palácio. A visão é de que Renan, apesar de não estar totalmente isolado na bancada, não tem mais "a força de antes"

Acompanhe tudo sobre:MDB – Movimento Democrático BrasileiroMichel TemerRenan CalheirosRomero Jucá

Mais de Brasil

STF revoga prisão de Mauro Cid, diz CNN

Defesa de Cid pede ao STF investigação de perfil citado em interrogatório de trama golpista

Prazo para inscrição do Enem acaba nesta sexta-feira, 13

São Paulo registra recorde de 7°C nesta sexta-feira, 13; temperaturas devem subir no fim de semana