O deputado Marco Feliciano: ontem (20), em virtude de protestos, a audiência pública da Comissão de Direitos Humanos foi cancelada, poucos minutos depois de iniciados os trabalhos. (Agência Câmara)
Da Redação
Publicado em 28 de março de 2013 às 13h46.
Brasília - Um grupo de jovens ligados à Assembleia Nacional dos Estudantes Livres aproveitou o evento comemorativo pelos dez anos da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) hoje (21) para protestar contra a eleição do deputado federal Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) para a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.
Eles levantaram cartazes pedindo a saída do deputado do cargo e foram aplaudidos por autoridades e pelo público que lotou, nesta manhã, a Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional de Brasília. Feliciano é acusado de postar nas redes sociais mensagens consideradas homofóbicas e racistas.
O aluno de serviço social da Universidade de Brasília (UnB) Mário Lima, 26 anos, que participou do protesto, explicou que o objetivo foi marcar a insatisfação do grupo em um evento com grande repercussão.
"Não consideramos que o presidente da comissão nos representa nem representa o povo brasileiro. Por isso, acreditamos que esse é o melhor momento para explicitar nossa opinião, em um espaço com tanta gente que luta pela redução das desigualdades no país", disse.
Diante das manifestações contrárias à permanência de Feliciano no cargo, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), disse mais cedo que vai tomar uma medida definitiva sobre o impasse até a próxima terça-feira (26).
Ontem (20), em virtude de protestos, a audiência pública da Comissão de Direitos Humanos foi cancelada, poucos minutos depois de iniciados os trabalhos. A comissão iria debater questões relacionadas ao tratamento de pessoas com transtorno mental, a pedido do deputado Henrique Afonso (PV-AC).
Pouco antes, parlamentares de diversos partidos lançaram, na Casa Legislativa, uma frente em defesa dos direitos humanos. O colegiado tem o objetivo de assegurar um espaço político para o debate de temas de interesse das minorias no país, o que, segundo eles, ficou inviabilizado com a eleição do deputado do PSC-SP.