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Jovem morto em escola do Paraná foi esfaqueado por colega

Os dois estudavam na escola, que é uma das que estão ocupadas por alunos no Paraná

Escola: o crime ocorreu durante a tarde desta segunda-feira (Stock.xchng/Reprodução)

Escola: o crime ocorreu durante a tarde desta segunda-feira (Stock.xchng/Reprodução)

AB

Agência Brasil

Publicado em 24 de outubro de 2016 às 21h21.

Última atualização em 24 de outubro de 2016 às 21h23.

O adolescente encontrado morto hoje (24) dentro do Colégio Estadual Santa Felicidade, em Curitiba, foi morto por um colega, de 17 anos, de acordo com nota divulgada pela Secretaria de Estado da Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná (SESP/PR). O jovem foi apreendido pela polícia e confessou o crime.

Os dois estudavam na escola, que é uma das que estão ocupadas por alunos no Paraná. De acordo com a Secretaria de Educação, após o ocorrido a escola foi desocupada pelos alunos. O crime ocorreu durante a tarde desta segunda-feira.

O suspeito alegou, em depoimento, que houve um desentendimento enquanto ele e a vítima consumiam uma droga sintética e que, durante a briga, esfaqueou o colega numa tentativa de se defender. A faca supostamente usada no crime foi apreendida no local.

Os estudantes que participam do movimento de ocupação alegaram que, apesar de ser aluno da escola, o adolescente morto não participava da ocupação. Já o governo diz que ambos participavam do movimento.

"As diligências indicam que os dois menores, que participavam deste movimento de ocupação das escolas, fizeram uso de droga sintética, dividindo uma 'balinha', como eles chamam. Ele confessou que por causa dos efeitos da droga, teriam ficado alterados e o grupo então solicitou que eles saíssem do local, indo para o alojamento, onde se desentenderam.

A vítima teria partido para cima do autor, que portava uma faca de cozinha no bolso e que então teria se defendido atacando o outro adolescente, de quem era amigo de infância", disse o secretário Wagner Mesquita em entrevista coletiva.

Os golpes teriam atingido o pescoço e o peito da vítima, que não resistiu aos ferimentos e morreu ainda dentro da escola. A polícia segue com as oitivas de testemunhas e de outros alunos que estavam na escola.

Após o crime, o adolescente contou à polícia que fugiu após pular a janela e o muro da escola. Na sequência, acabou preso em sua residência, também no bairro Santa Felicidade, por agentes do serviço reservado da Polícia Militar. Ele foi conduzido à Delegacia do Adolescente.

Divergências

Em nota divulgada nesta tarde, o movimento Ocupa Paraná disse que nenhuma informação havia sido repassada aos mais de dez advogados do movimento, que estavam proibidos de entrar no local para dar suporte aos outros estudantes da ocupação, que estavam lá dentro com a Polícia Civil.

O secretário informou que a Sesp abriu um canal de denúncia de crimes (181) envolvendo abusos de drogas, violência e ameaça nas escolas ocupadas. "Nos últimos seis dias, 60 comunicações de crimes de diversas naturezas foram feitas e estão sendo investigadas", disse. Qualquer denúncia deve ser feita pelo 181 e a ligação é anônima.

O Ministério da Educação (MEC) divulgou nota na qual lamenta e se solidariza com familiares e amigos do jovem. "Diante desse fato trágico, a sociedade cobra dos órgãos responsáveis pelo controle, fiscalização e proteção à juventude, a apuração rigorosa do ocorrido e a punição dos envolvidos.

O MEC reafirma o apelo feito, na semana passada, aos organizadores dos movimentos de ocupação para que prevaleça o bom senso, a responsabilidade com a educação e, fundamentalmente, com a vida e a segurança desses jovens, em sua maioria menores de idade", diz.

O balanço da Secretaria Estadual de Educação desta segunda-feira contabilizava 792 escolas da rede ocupadas, de um total de 2,1 mil. Segundo o último balanço dos estudantes do movimento, são 850 escolas.

Ocupações ocorrem não apenas no Paraná, mas em outros estados. Estudantes ocupam escolas e instituições federais em protesto contra a Medida Provisória do Novo Ensino Médio e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, que estabelece um limite de gastos ao governo federal pelos próximos 20 anos.

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