Marco Feliciano: parlamentar é acusado de assédio sexual e estupro por jovem militante (Jose Cruz/ABr)
Da Redação
Publicado em 8 de agosto de 2016 às 10h23.
Brasília – Patrícia Lélis, jovem que afirma que teria sido estuprada pelo deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), conta o episódio em um vídeo (veja abaixo). Ela diz que além do assédio, teria sido ameaçada de morte por integrantes do PSC e que recusou dinheiro pelo seu silêncio. O vídeo foi obtido por VEJA São Paulo.
Lélis acusa o parlamentar de tentativa de estupro, assédio sexual e agressão. Ontem (5), o chefe de gabinete do deputado, Talmo Bauer, foi preso em São Paulo (SP) sob acusação de sequestro qualificado contra a jovem. O objetivo de Bauer seria abafar as denúncias. Ele foi liberado na madrugada de hoje.
Na quinta-feira (4), Patrícia prestou depoimento à 4ª Delegacia da Polícia Civil de São Paulo. De acordo com ela, que era militante do PSC, o caso ocorreu no dia 15 de junho, quando Feliciano a chamou até seu apartamento.
Ele falou que tinha uma reunião do PSC Jovem, mas quando cheguei la só estava ele. Ele tentou levantar meu vestido e tirar minha blusa. Como eu não deixei, ele me deu um soco na boca e um chute na perna, explicou Lélis.
De acordo com a jovem, no dia seguinte ela procurou o partido para pedir ajuda. Em resposta, recebeu uma proposta de se calar em troca de dinheiro. Em seu depoimento, Patrícia diz que a proposta foi feita pelo presidente nacional do PSC, Pastor Everaldo, que estava acompanhado do deputado Gilberto Nascimento (PSC-SP). Ela afirma que foi ameaçada de morte e que passou a ser perseguida dentro da sigla.
Foi depois disso que Bauer entrou em cena. O chefe de gabinete procurou Patrícia, ofereceu ajuda e a aconselhou a esquecer a história. A jovem gravou a conversa e encaminhou o aúdio para dois amigos, com a orientação de que deveriam divulgar o arquivo caso acontecesse alguma coisa com ela.
No final de semana, Patrícia viajou a São Paulo e, segundo ela, foi forçada a gravar dois vídeos em que negava as agressões. Com os vídeos publicados na internet, os amigos dela estranharam seu comportamento e divulgaram o áudio.
Bauer foi preso em flagrante, sob acusação de ter mantido Patrícia em cárcere privado em um hotel e de a ter forçado a gravar vídeos defendendo Feliciano. Ele foi preso enquanto caminhava após ter saído do hotel San Raphael, onde mantinha Patrícia em cárcere desde segunda-feira (1), de acordo com relatos da jornalista.
Mais cedo, a jovem havia prestado depoimento. Depois disso, surgiu o mandado de prisão contra Bauer. Ainda hoje, Patrícia deve fazer o Boletim de Ocorrência na DP contra o deputado pastor Feliciano. A priori, ela relatou ao delegado assédio sexual e agressão.
Na terça-feira, o blog Coluna da Esplanada, do UOL, publicou detalhadamente a denúncia da jovem. No texto, o jornalista apresentou uma série de provas que teriam sido entregues por Patrícia.
Procurada por EXAME.com, Patrícia negou que estivesse sofrendo ameaças ou que tivesse sido assediada por Feliciano.
Diante das suspeitas, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), à frente da Procuradoria da Mulher no Senado Federal, enviou ofício ao Ministério Público do Distrito Federal na quarta-feira (3). No documento, ela pede que a denúncia contra Feliciano seja investigada. A investigação será encaminhada para a Procuradoria Geral da República na segunda-feira (8), porque o parlamentar tem foro privilegiado.
Veja abaixo o vídeo com o depoimento de Patrícia Lélis: