Brasil

José Mujica critica contradições do Judiciário brasileiro no caso Lula

Ex-presidente uruguaio dsse que justiça brasileira lhe dá a impressão de que não só o Brasil está doente, mas também a sociedade

Lula e Mujica: ex-presidente do Uruguai lembrou que, em mais de uma ocasião na história humana, "condenaram pessoas que depois viraram heróis" (Leonardo Benassatto/Reuters)

Lula e Mujica: ex-presidente do Uruguai lembrou que, em mais de uma ocasião na história humana, "condenaram pessoas que depois viraram heróis" (Leonardo Benassatto/Reuters)

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EFE

Publicado em 6 de abril de 2018 às 22h11.

Última atualização em 8 de junho de 2020 às 15h38.

O ex-presidente do Uruguai, José Mujica, afirmou nesta sexta-feira que há "contradições definidas dentro do Poder Judiciário do Brasil", após o pedido de prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva emitido pelo juiz Sergio Moro.

Em entrevista à emissora "Radio Sarandí", Mujica disse que "(Lula) não está dizendo mentiras", e que, assim como ele pode equivocar-se, "também podem se equivocar os juízes".

O senador do Movimento de Participação Popular (MPP) declarou também que "o problema não é Lula, o problema é o Brasil" e ressaltou que sua verdadeira inquietação é o que pode acontecer se o Brasil mergulhar em uma crise.

"O que mais me espanta é o confronto, essa visão de preto ou branco", lamentou.

Sobre o pedido de prisão de Lula, Mujica comentou que "o principal responsável está em uma casa de dois mil metros quadrados" e acrescentou que a justiça brasileira lhe "dá a impressão que não só o Brasil está doente, mas também sua sociedade".

O senador lembrou que Sergio Moro foi convidado a "participar publicamente" de manifestações contra o governo de Dilma Rousseff, e opinou que "são coisas que não parecem corretas em nenhum juiz".

Além disso, declarou que em mais de uma ocasião na história humana "condenaram pessoas que depois viraram heróis", e frisou que, "embora a justiça não seja divina, é o melhor que pudemos encontrar como instituição".

O juiz federal Sergio Moro decretou ontem a prisão de Lula, condenado em segunda instância a cumprir 12 anos e um mês, com início em regime fechado, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro pelo caso do apartamento triplex do Guarujá, no litoral de São Paulo.

No decreto, Moro também autorizou a possibilidade de que Lula se entreguasse voluntariamente à Polícia Federal em Curitiba, determinando como prazo até as 17h de hoje.

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