Brasil

José Borba cometeu crime de corrupção, diz relator

Segundo a acusação, Borba recebeu R$ 2,1 milhões do esquema e em uma das ocasiões compareceu pessoalmente a uma agência do Banco Rural

Joaquim Barbosa chega ao STF: No final de seu voto, Barbosa fez uma proclamação parcial dizendo que Palmieri era inocente de certa operação de lavagem de dinheiro (José Cruz/ABr)

Joaquim Barbosa chega ao STF: No final de seu voto, Barbosa fez uma proclamação parcial dizendo que Palmieri era inocente de certa operação de lavagem de dinheiro (José Cruz/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de agosto de 2013 às 20h12.

Brasília - O relator do processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, afirmou que o deputado José Borba, ex-líder do PMDB, cometeu os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Segundo a acusação, Borba recebeu R$ 2,1 milhões do esquema e em uma das ocasiões compareceu pessoalmente a uma agência do Banco Rural, mas se recusou a assinar recibo do recebimento. O ex-parlamentar, hoje prefeito da cidade de Jandaia do Sul (PR), nega qualquer recebimento.

Para o relator, o dinheiro foi recebido em razão da função parlamentar. Observou ainda que o fato de não haver recibo é superado pelos depoimentos do publicitário Marcos Valério, da ex-diretora da SMP&B Simone Vasconcelos e do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares.

"Neste quadro fático probatório não posso acolher argumentação da defesa de que só há crime quando o acusado deixa recibo", afirmou Barbosa. "Não vejo como divorciar os pagamentos realizados da atividade do parlamentar na Câmara dos Deputados, razão pela qual considero materializada a ocorrência de corrupção passiva", completou.


O ministro citou ainda um depoimento de José Dirceu para mostrar o fato de que Borba liderava o PMDB e era um dos parlamentares que apoiava o governo. Usou ainda outra declaração de um ex-assessor destacando ser Borba o responsável por conseguir votos em favor do governo dentro do PMDB.

Durante o voto de Barbosa, o presidente do STF, Carlos Ayres Britto, observou que no caso de Borba, os pagamentos foram feitos de forma mensal no ano de 2003, a partir de setembro daquele ano. O ministro Marco Aurélio Mello também interrompeu defendendo que a lavagem de dinheiro não ocorreu, sendo o recebimento um exaurimento da corrupção passiva.

Barbosa defendeu sua posição de que ocorreram os dois crimes. Britto participou novamente dizendo concordar com Barbosa. A ministra Rosa Weber observa que a discussão realizada já aconteceu no debate sobre João Paulo Cunha (PT-SP). Cunha foi condenado por 6 votos a 5 por lavagem de dinheiro.

Acompanhe tudo sobre:Banco RuralBancosBancos quebradosCorrupçãoEmpresasEscândalosFraudesMensalãoPolítica no BrasilSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas