Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente brasileiro (Wilson Dias/ABr)
Da Redação
Publicado em 21 de fevereiro de 2013 às 21h54.
Brasília - Na continuação dos debates deflagrados no plenário do Senado a partir do discurso do pré-candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves (MG); nesta quinta-feira o senador petista Jorge Viana (AC) acusou os tucanos de esconderem o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1999-2005). "Não foi o PT que tentou esconder o Presidente Fernando Henrique durante o período logo após o governo do Presidente Fernando Henrique", afirmou Viana, vice-presidente do Senado, em pronunciamento da tribuna.
O petista cobrou dos tucanos que defendam "seu líder". Para ele, o PSDB faz programa de televisão e campanha política sem tocar no nome de FHC. "Ficou oito anos na Presidência. Fez um grande trabalho. Fez a sua parte. Estabilizou a moeda, criou o real, mas era o PSDB que tentava esconder o seu líder. Esconder os números, as atitudes", disse ele, ao destacar que tem "grande admiração" pelo ex-presidente.
Segundo Jorge Viana, o PT orgulha-se dos líderes que tem, referindo-se ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à presidente Dilma Rousseff. "Essa é uma diferença política. Nós hoje temos a felicidade, com todo respeito aos demais líderes, de ter dois dos grandes líderes deste País: Lula e Dilma. E ontem um falou após o outro. Um completou a fala do outro", destacou.
Sem rebater a fala do senador petista, o líder do PSDB, Aloysio Nunes Ferreira (SP), criticou a fala de Dilma realizada nesta quarta, no evento de comemoração aos dez anos do PT no poder, segundo a qual "nós não herdamos nada; tudo nós construímos". "É uma versão exagerada do nunca antes neste País. É uma hipérbole, arrogância, autossuficiência, que em muitos casos resvala pela bazófia, que muitas vezes o presidente Lula ao seu tempo se expressou", afirmou Ferreira.
O tucano lembrou que o PT já foi contra o Plano Real e as privatizações de setores da economia. Ele destacou que Fernando Henrique, se não tivesse tomado a atitude "corajosa" de federalizar a dívida dos Estados e municípios brasileiros, o País "estaria hoje inviabilizado". "Aí, sim, o Haiti seria aqui", completou.
Para o líder do PSDB, após elogiar no pronunciamento uma série de iniciativas dos dois partidos à frente do Executivo Federal, a política não comporta a "demonização". "Não nos esqueçamos, o fato é que tivemos presidentes, Fernando Henrique, Lula, Dilma, que participaram ativamente da luta contra a ditadura e que têm todos um compromisso fundamental, e esta é uma herança que um transmite para o outro e que não pode ser renegada, com estabilidade da democracia, com as regras do jogo", afirmou.