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Jogo adiado por covid levanta questão: o Brasileirão deveria ter começado?

Oito titulares da equipe do Goiás tiveram diagnóstico confirmado para o coronavírus poucas horas antes do jogo contra o São Paulo

Campeonato Brasileiro: estreia da competição aconteceu no mesmo fim de semana em que o país chegou a 100 mil mortes pela covic-19 (André Borges/Getty Images)

Campeonato Brasileiro: estreia da competição aconteceu no mesmo fim de semana em que o país chegou a 100 mil mortes pela covic-19 (André Borges/Getty Images)

Felipe Giacomelli

Felipe Giacomelli

Publicado em 10 de agosto de 2020 às 08h08.

Última atualização em 10 de agosto de 2020 às 08h15.

A equipe do São Paulo já estava em campo, no estádio Hailé Pinheiro (Serrinha), quando descobriu que a partida contra o Goiás, marcada para as 16h deste domingo (9), não seria mais realizada. O motivo? É que ao menos oito jogadores titulares do time adversário foram diagnosticados com covid-19 horas antes do confronto.

Como parte do protocolo para o futebol voltar em meio à pandemia do coronavírus, antes do jogo contra o São Paulo, o Goiás fez, na quinta-feira (6), uma rodada de exames em um laboratório escolhido pela CBF. Só que esse exames foram invalidados.

Segundo a CBF, as amostras foram acondicionadas de maneira inapropriada, e novos testes precisaram ser realizados na sexta-feira. Seus resultados foram apresentados ao clube apenas na manhã do domingo.

Dos 26 testes realizados, dez pessoas apresentaram resultados positivos, sendo oito jogadores da equipe titular. Até o momento, a CBF ainda não informou uma nova data para a realização da partida.

Em entrevista à Folha de S.Paulo, dirigentes do Goiás explicaram que não teriam tempo de inscrever jogadores substitutos para a partida, porque todos os atletas diagnosticados com a covid-19 estavam concentrados com o restante do elenco, aumentando as chances de contágio.

O Hospital Albert Einstein, contratado pela CBF para realizar os exames, se manifestou através de nota oficial: “O Hospital Israelita Albert Einstein identificou uma falha técnica na coleta das amostras, feita em um laboratório parceiro em Goiás, para realização de teste RT-PCR em atletas e equipes dos clubes Vila Nova e Goiás. Solicitou, portanto, novas amostras antes do processamento dos exames. Elas foram refeitas e encaminhadas para análise no laboratório do hospital em São Paulo, sem nenhum prejuízo aos prazos estabelecidos para apresentação dos resultados".

Em meio à polêmica, o Corinthians, que não foi a campo pelo Brasileirão no fim de semana, uma vez que a decisão do Campeonato Paulista foi no sábado, afirmou em nota enviada à imprensa que buscará outro laboratório para fazer os testes.

"O departamento médico do clube, ao verificar diversas falhas e inconsistência nos testes realizados até aqui por outras equipes, resolveu seguir com os exames realizados pelo mesmo laboratório de confiança utilizado durante a disputa do Campeonato Paulista", afirmou.

Além das questões sobre se há condições de criar um ambiente seguro para os atletas disputarem o Campeonato Brasileiro, a primeira rodada da competição aconteceu justamente no mesmo fim de semana em que o país chegou a 100.000 mortes pelo coronavírus. Para além do simbolismo, os jogos foram liberados em um momento em que a doença ainda se espalha pelo território nacional, diferentemente do que aconteceu na Europa. Por lá, a doença foi controlada antes de as partidas voltarem.

Flamengo e Atéltico

Já no Rio de Janeiro a bola rolou para Flamengo e Atlético, confronto entre duas equipes apontadas como favoritas ao título. E no duelo entre os treinadores estrangeiros, Jorge Sampaoli, do Galo, é quem levou a melhor contra o estreante Domènec Torrent.

Com um gol contra de Filipe Luís, o Atlético somou três pontos e impôs a derrota ao Flamengo, cujo ataque titular passou em branco pela primeira vez em 2020.

(com informações da Agência Brasil)

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