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Jogar luz na corrupção é a melhor forma de limpar tudo, diz Janot

Durante seminário nos EUA, o procurador declarou que a lei que existe deve ser aplicada a todos, "independentemente de suas religiões ou status"

Rodrigo Janot: "A lei que existe é para ser aplicada a todos" (Ueslei Marcelino/Reuters)

Rodrigo Janot: "A lei que existe é para ser aplicada a todos" (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de julho de 2017 às 16h53.

São Paulo - O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, rebateu nesta quarta-feira, 19, o argumento de que a Operação Lava Jato está contribuindo para a crise econômica no Brasil.

Em seminário promovido pelo site Jota e pela Atlantic Council, em Washington, Janot disse que as investigações, na verdade, encontraram os motivos que levaram aos problemas econômicos brasileiros, como irregularidades envolvendo o cartel de empreiteiras que impediam a liberdade do mercado.

"Hoje, o Brasil está passando por três crises: ética, política e econômica. Para justificar a crise econômica e política é comum atribuir essas crises como consequências dessa grande investigação - a maior - na América Latina. O que costumo dizer é que a crise econômica não resulta da investigação", disse o procurador-geral da República.

Janot ainda considerou que as investigações descobriram "um esquema de cartel que prejudicava a livre concorrência de mercado". Para ele, o cartel, sim, afetava a economia.

"Nós ouvimos todos os dias que o sistema judiciário está criminalizando a política. Isso não é verdade. O que nós fazemos é aplicar a lei criminal respeitando o direito de defesa, e procurando pelos criminosos sem relação com o fato de eles exercerem mandatos políticos. Mas não é uma ação política. É apenas aplicar a lei. A lei que existe é para ser aplicada a todos, independentemente de suas religiões e de seu status. Isso é o que o Brasil está fazendo. Quando jogamos a luz na corrupção é a melhor forma de limpar tudo", afirmou.

O procurador-geral da República ainda disse considerar que a América Latina está hoje "diferente" e que, atualmente, há "menos ditaduras, mais democracia e mais liberdade de imprensa que expõe as investigações".

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