Brasil

Joesley suplicou para Aécio parar de pedir dinheiro

A afirmação foi feita quando o empresário passou a descrever pagamentos feitos por ele ao senador tucano durante a delação

Aécio Neves: empresário relatou que já no ano seguinte à eleição, Aécio continuou pedindo dinheiro (José Cruz/Agência Brasil)

Aécio Neves: empresário relatou que já no ano seguinte à eleição, Aécio continuou pedindo dinheiro (José Cruz/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 20 de maio de 2017 às 15h16.

Última atualização em 20 de maio de 2017 às 15h27.

São Paulo - Em depoimento à Procuradoria-Geral da República no âmbito de sua delação premiada, o empresário Joesley Batista disse que em 2016 chegou a pedir para um preposto do senador Aécio Neves (PSDB-MG) que pelo amor de Deus ele parasse de pedir dinheiro.

"Em 2016, um dia na casa dele ele me pediu 5 milhões e eu não dei. Logo depois começou (sic) as investigações contra mim e eu chamei aquele amigo dele, Flávio, e pedi pro Flávio para pedir a ele para, pelo amor de Deus, parar de me pedir dinheiro", disse Batista.

A afirmação foi feita quando o empresário passou a descrever pagamentos feitos por ele ao senador tucano. Joesley iniciou o tópico "Aécio" descrevendo que conheceu o senador durante a campanha de 2014. "Fomos o maior doador da campanha dele", disse.

O empresário relatou que já no ano seguinte à eleição, Aécio continuou pedindo dinheiro com a justificativa de que era para arcar com dívidas de campanha.

Ele descreveu o repasse de R$ 17 milhões ao senador por meio da compra superfaturada de um prédio em Belo Horizonte, de propriedade de um aliado do senador.

"Precisava de R$ 17 milhões e tinha um imóvel que dava para fazer de conta que valia R$ 17 milhões", disse. Segundo o empresário foi Aécio quem indicou o imóvel.

Questionado por um procurador se tratava-se de um superfaturamento do imóvel para justificar esse repasse de dinheiro, o empresário disse: "Sem dúvida. Não estávamos atrás de comprar um prédio em Belo Horizonte."

Acompanhe tudo sobre:aecio-nevesCrise políticaDelação premiadaGoverno TemerJBSJoesley BatistaPolítica no Brasil

Mais de Brasil

Moraes teve 'sabedoria' ao levar aumento do IOF para conciliação, diz Alckmin

Brasil assina carta de intenções com gigante chinesa de energia que envolve minerais nucleares

Fórum Empresarial do Brics: Lula defende comércio multilateral dos países emergentes

Decisão da Justiça dá aval para concessionária do Ibirapuera cobrar taxa de assessoria esportiva