João Santana: a decisão atendeu a uma solicitação da PF para liberar o espaço limitado da carceragem da corporação em Curitiba a eventuais novos presos detidos em flagrante (REUTERS/Rodolfo Buhrer)
Da Redação
Publicado em 3 de maio de 2016 às 16h56.
São Paulo - A Polícia Federal transferiu nesta terça-feira, 3, da carceragem de sua Superintendência para o Complexo Médico-Penal, em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, o marqueteiro das campanhas presidenciais de Lula (2006) e Dilma (2010/2014) João Santana, sua mulher e sócia Monica Moura, o ex-senador Gim Argello e o empresário Ronan Maria Pinto, de Santo André.
Eles deixaram a PF por volta de 10h para o presídio estadual do Paraná.
No caso de Mônica Moura, ela será encaminhada a um presídio feminino.
A decisão atendeu a uma solicitação da Polícia Federal para liberar o espaço limitado da carceragem da corporação em Curitiba a eventuais novos presos detidos em flagrante.
"De fato, a carceragem da Polícia Federal, apesar de suas relativas boas condições, não comporta, por seu espaço reduzido, a manutenção de número significativo de presos", assinalou o juiz federal Sérgio Moro na decisão que autorizou a transferência.
Na semana passada, o juiz da Lava Jato aceitou as duas denúncias contra João Santana e Mônica Moura, acusados de receberem no Brasil e no exterior propina da Odebrecht relativa a contratos da Petrobras e da Sete Brasil e também do "setor de propinas" da empreiteira, que não tinha relação com a estatal petrolífera.
Já Ronan Maria Pinto é investigado por suspeita de ter recebido parte do empréstimo fraudulento de R$ 12 milhões ao PT feito pelo banco Schahin em 2004 para evitar revelar detalhes sobre a morte do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel.
O ex-senador Gim Argello, preso em abril, é investigado por suspeita de extorquir a UTC Engenharia e a OAS.
Ele teria recebido ao menos R$ 5,35 milhões para evitar a convocação de empreiteiros investigados na Lava Jato para depor perante Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) no Congresso e no Senado em 2014.
Tanto Ronan quanto Argello ainda estão sob investigação e deverão ser denunciados criminalmente pelo Ministério Público Federal.