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João Paulo Cunha reclama de Barbosa em carta aberta

"O ministro pode cometer a injustiça de condená-lo, mas não pode amordaçá-lo, pois nem a ditadura militar o calou", diz trecho da carta de João Paulo Cunha


	Deputado João Paulo Cunha (PT-SP): "Barbosa "pode muito, mas não tudo". 
 (Lucio Bernardo Jr./Câmara dos Deputados)

Deputado João Paulo Cunha (PT-SP): "Barbosa "pode muito, mas não tudo".  (Lucio Bernardo Jr./Câmara dos Deputados)

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Da Redação

Publicado em 2 de fevereiro de 2014 às 13h34.

São Paulo - O deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP), condenado pelo mensalão, questionou, em carta publicada no jornal Folha de S. Paulo, a maneira como o ministro Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal, decretou a sua prisão, sem providenciar carta de sentença e assinar o mandato antes de sair de férias. Ele questiona, na publicação, se o seu caso não era urgente e porque foi decretada "prisão de afogadilho" e anunciada à imprensa.

"Nos minutos finais do expediente do último dia 6 de janeiro, o senhor decretou a minha prisão e o cumprimento parcial da sentença, fatiando o transitado e julgado de meu caso. Imediatamente convocou a imprensa e anunciou o feito", destaca ele, em carta ao jornal.

Cunha diz que Barbosa "pode muito, mas não tudo". Segundo ele, o ministro pode cometer a injustiça de condená-lo, mas não pode amordaçá-lo, pois nem a ditadura militar o calou. O deputado cobra Barbosa de tê-lo condenado sem ao menos lhe dirigir uma pergunta e não ter considerado seu passado de 30 anos como parlamentar sem nenhum processo nesse período.

De acordo com ele, o presidente do Supremo o condenou contra as provas documentais e testemunhais que atestam sua inocência. Cunha ainda o desafia, na carta, provar que alguma votação tenha ocorrido na base da compra de votos e faz críticas ao Judiciário.

"Um Judiciário autoritário e prepotente afronta o regime democrático. Um ministro do STF deve guardar recato, não disputar a opinião pública e fazer política. Deve ter postura isenta", destaca o deputado, acrescentando ainda que é inocente e, por isso, dormirá em paz, nem que seja "injustamente preso".

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