Brasil

JBS e PGR pedem ao STF mais dias para delatores enviarem anexos

Os advogados pedem mais prazo para a checagem de listas de documentos e planilhas; caberá ao ministro Edson Fachin, relator do caso, tomar a decisão

JBS: a delação da JBS foi alvo de diversas críticas no meio político (Ueslei Marcelino/Reuters)

JBS: a delação da JBS foi alvo de diversas críticas no meio político (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 30 de agosto de 2017 às 20h18.

Brasília - Prestes a completar quatro meses da assinatura dos acordos de delação premiada, os delatores da JBS pediram que o Supremo Tribunal Federal (STF) conceda mais 60 dias para a apresentarem anexos complementares, diante do encerramento do prazo nesta quinta-feira, 31 de agosto.

A Procuradoria-Geral da República (PGR), em parecer, concordou com a solicitação. Caberá ao ministro Edson Fachin, relator do caso JBS no Supremo Tribunal Federal, tomar a decisão.

O pedido de Joesley Batista, Wesley Batista, Ricardo Saud, Demilton Antonio de Castro, Valdir Aparecido Boni, Florisvaldo Caetano de Oliveira e Francisco de Assis e Silva é para que seja alterada a cláusula 3ª, parágrafo 2º, do acordo de colaboração premiada, que previa "120 (cento e vinte) dias contados da assinatura do acordo para apresentar novos anexos, desde que não seja caracterizada má-fé na sua omissão".

Um dos argumentos para a prorrogação do prazo utilizados pelos advogados é que a homologação do acordo de leniência da empresa J&F, que controla a JBS, "facilitará o acesso e a juntada de novos dados de corroboração".

Os advogados pedem mais prazo "para a checagem de listas de documentos e planilhas, a fim de apresentar esclarecimentos mais robustos e efetivos".

Na iminência do prazo original ser esgotado, as defesas dos delatores afirmam que têm sido feitos "todos os esforços na busca de elementos e dados de corroboração referentes aos complementos de seus relatos em colaboração premiada".

"Fruto desse esforço, inúmeros documentos já foram entregues e novos depoimentos foram prestados e registrados em áudio e vídeo, com relatos relevantes sobre fatos e personagens investigados pelo Ministério Publico Federal", destacam.

Endosso

Na manifestação em que endossou o pedido da JBS, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirma que os colaboradores têm prestado depoimentos, apresentado elementos de corroboração sobre anexos novos e aprofundado alguns outros anexos já apresentados.

"De todo modo, ainda há depoimentos e juntada de documentos que necessitam ser tomados/carreados, dentro de um cronograma exequível, sendo que o prazo de juntada dos novos anexos se encerra no dia 31 de agosto", disse Janot.

A delação da JBS foi alvo de diversas críticas no meio político. No Supremo, o ministro Gilmar Mendes apresentou questionamentos.

A homologação do acordo foi analisada no plenário do STF em junho, quando a corte referendou a decisão do ministro Edson Fachin de validar a delação monocraticamente sem levar a plenário.

Os ministros do STF decidiram que pode haver revisão de acordo em caso de ilegalidade e que, na sentença, os termos do acordo deverão ser analisados com relação à sua eficácia.

Acompanhe tudo sobre:Delação premiadaEdson FachinJBSJoesley BatistaJustiçaSupremo Tribunal Federal (STF)Wesley Batista

Mais de Brasil

Bolsonaro nega participação em trama golpista e admite possibilidade de ser preso a qualquer momento

Haddad: pacote de medidas de corte de gastos está pronto e será divulgado nesta semana

Dino determina que cemitérios cobrem valores anteriores à privatização

STF forma maioria para permitir símbolos religiosos em prédios públicos