Jaques Wagner: as nomeações criaram desconforto na própria OEA, no Itamaraty e entre militares (.)
Da Redação
Publicado em 30 de setembro de 2015 às 14h13.
Brasília - O ministro da Defesa, Jaques Wagner, afirmou que foi sensível ao pleito de não separar um casal quando indicou o marido da ex-ministra Ideli Salvatti para cargo em Washington, nos Estados Unidos, onde ela está morando. Wagner disse que não conhecia o trabalho de Jeferson da Silva Figueiredo antes da nomeação.
Na semana passada, depois que a ex-ministra da Secretaria de Relações Institucionais foi nomeada assessora da Organização dos Estados Americanos (OEA), em Washington, o governo indicou o marido da petista para o cargo de ajudante da Subsecretaria de Serviços Administrativos e de Conferências na Junta Interamericana de Defesa, também na capital americana.
As nomeações criaram desconforto na própria OEA, no Itamaraty e entre militares. Ele, que, de acordo com Wagner, já atuava na área de logística do ministério da Defesa, vai exercer o cargo por dois anos e terá remuneração de US$ 7,4 mil, correspondente a mais de R$ 30 mil mensais.
Durante audiência pública na Câmara, o ministro afirmou que é "evidente" que foi sensível ao pleito de não separar o casal. Ele ressaltou que não conhecia o trabalho de Figueiredo e, por esse motivo, fez consultas antes da indicação.
"Não foi nenhum tratamento excepcional a esse senhor", ressalvou. "Eu posso garantir que não saí um milímetro do regramento."
Sobre o salário que o indicado receberá, o petista disse que o valor "assusta", mas corresponde à remuneração na capital americana. "O salário que ele vai ganhar assusta qualquer um, mas é o salário que é pago", disse.
Segundo Wagner, nenhuma vaga foi criada para que houvesse a colocação. "Essa é uma possibilidade que eu não aceitaria. Havia uma vaga que é prerrogativa de indicação do ministro da Defesa", justificou.