Jogador da Bélgica tenta conter torcedor que invadiu o gramado da Arena Fonte Nova, em Salvador (Michael Dalder/Reuters)
Da Redação
Publicado em 3 de julho de 2014 às 21h12.
Rio - O italiano Mario Ferri, de 27 anos, que ficou conhecido depois de se passar por um cadeirante para invadir o campo de jogo durante a partida entre Estados Unidos e Bélgica, na última terça-feira, na Arena Fonte Nova, em Salvador, se apresentou, na manhã desta quinta-feira, na sede da Polícia Federal na capital baiana.
No local, recebeu a notificação de que deve deixar o País até o domingo - caso não o faça, será formalmente deportado pelo governo brasileiro.
Em entrevista à TV Bahia, Ferri disse que vai cumprir a determinação, mas a considerou "exagerada".
De acordo com ele, a invasão foi feita para "deixar uma mensagem positiva" - na camiseta que vestia, havia o símbolo do Superman e a frase "Save favelas children" (salvem as crianças das favelas).
O italiano contou que, apesar da punição, sua atitude "valeu a pena". Por outro lado, ele disse ter se arrependido da forma escolhida para conseguir chegar mais perto do campo - entrou no estádio em uma cadeira de rodas, como se tivesse alguma deficiência física.
Com o artifício, apesar de portar um ingresso comum, Ferri conseguiu ficar a poucos metros do campo, separado dele apenas por uma barreira de fios metálicos, que foi facilmente vencida.
A forma utilizada por Ferri para enganar a segurança da partida causou reações até na alta cúpula da Fifa.
Em entrevista para o canal SporTV, o secretário-geral da entidade, Jérôme Valcke, disse que ele era "uma vergonha" e que sua atitude "prejudica todos os cadeirantes".
"Ele é o pior exemplo, ele agiu contra tudo o que temos feito para garantir que quem queira ir a uma Copa do Mundo possa ter acesso", disse.
Logo após a invasão, Ferri foi detido pelos seguranças que trabalhavam na partida e liberado horas depois, mediante pagamento de fiança.
O italiano tem histórico de invasões de eventos esportivos em seu próprio país e na Inglaterra - foram dez casos, de acordo com ele. Ele está proibido de frequentar estádios nos dois países.
Segundo a Interpol, Ferri também já foi detido por participar de brigas em estádios, causar danos aos patrimônio público e privado e por desacato.
Apesar do histórico, o italiano não constava da lista de turistas potencialmente perigosos que a Interpol passou para a Polícia Federal monitorar a entrada de torcedores estrangeiros no País.