Brasil

Itaipu fecha vertedouro após 11 dias aberto contra danos à barragem por força da chuva

Usina já produziu mais energia elétrica neste ano do que em 2022 inteiro

Itaipu: usina fica na divisa entre Brasil e Paraguai (Caio Coronel/Itaipu/Divulgação)

Itaipu: usina fica na divisa entre Brasil e Paraguai (Caio Coronel/Itaipu/Divulgação)

Estadão Conteúdo
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 11 de novembro de 2023 às 17h54.

Passados 11 dias da abertura do vertedouro da usina hidrelétrica binacional Itaipu, no rio Paraná, entre o Brasil e o Paraguai, a usina informou que vai fechar a saída do excedente de água gradualmente a partir deste domingo, 12. O vertedouro foi aberto no dia 1º de novembro, em função das fortes chuvas na região. Nesse processo, a usina solta a água que poderia ser usada para produzir energia.

Segundo o superintendente de Operação da Itaipu, Rodrigo Pimenta "a usina operou o vertedouro de forma a garantir a segurança da barragem e contribuir para mitigar o impacto das cheias na fronteira com o Paraguai, parte mais afetada pelas chuvas", disse o executivo em nota neste sábado, 11.

A abertura do vertedouro é uma situação rara. Neste ano, porém, já foi aberto três vezes. O ideal é que a água que entra no reservatório seja utilizada somente para produzir energia, avaliam especialistas.

Desde o início das chuvas intensas, Itaipu mobilizou a Comissão Especial de Cheias (CEC). O grupo, formado por profissionais brasileiros e paraguaios, de diferentes áreas da empresa, foi mobilizado no dia 28 de outubro.

A comissão, além de adotar estratégias para o controle da situação, emite boletins hidrológicos diários, que são repassados aos órgãos de Defesa Civil do Brasil e do Paraguai.

A cheia do rio Iguaçu e o consequente represamento do rio Paraná no encontro dos dois rios abaixo das quedas d'água, elevou o nível do rio Paraná, na Ponte da Amizade, até a cota de 119 metros acima do nível do mar, cerca de 18 metros acima do normal. Na sexta-feira, 10, a cota baixou para 111 metros.

"O nível do Rio Paraná, naquele ponto, não oferece risco quando está entre 101 metros e 105 metros acima do nível do mar. Entre 106 e 107,99 metros, entra no índice próximo a inundações. Acima disso, já provoca alagamentos em áreas próximas, principalmente em cidades paraguaias da fronteira", informou Itaipu.

Para os próximos dias, a tendência é de normalização da cota, avaliou a usina, que deve diminuir para valores inferiores a 108 metros.

Produção de Itaipu supera 2022

Com uma produção de energia em torno de 10,4 mil megawatts (MW) médios, a usina de Itaipu superou na sexta-feira, 10, toda a produção de 2022, ultrapassando a marca de 69 milhões de MWh (megawatt-hora).

Desde o início da operação da usina, em maio de 1984, a Binacional já produziu mais de 2,9 bilhões de MWh de energia acumulada.

Ainda segundo Itaipu, o custo da energia da hidrelétrica binacional é o terceiro mais barato do Brasil, superior apenas ao custo das usinas cotistas da Lei número 12.783/13 e das usinas hidrelétricas do rio Madeira (Santo Antônio e Jirau), em Rondônia, e do rio Xingu (usina Belo Monte), no Pará.

Acompanhe tudo sobre:ItaipuEnergiaChuvas

Mais de Brasil

As 10 melhores rodovias do Brasil em 2024, segundo a CNT

Para especialistas, reforma tributária pode onerar empresas optantes pelo Simples Nacional

Advogado de Cid diz que Bolsonaro sabia de plano de matar Lula e Moraes, mas recua

STF forma maioria para manter prisão de Robinho