Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 1 de outubro de 2025 às 23h22.
Última atualização em 1 de outubro de 2025 às 23h32.
O projeto que isenta de Imposto de Renda pessoas que ganham até R$ 5 mil foi aprovado nesta noite de quarta-feira, 1º de outubro, pela Câmara de Deputados.
Os deputados aprovaram a matéria de forma unânime. Foram 493 votos favoráveis. A votação foi mais um passo para que a medida entre em vigor em 2026.
Além de zerar o imposto para quem recebe até R$ 5 mil, o projeto dá desconto parcial no IR para quem tem renda de até R$ 7,3 mil, e cria uma alíquota mínima de 10% para contribuintes de alta renda.
Segundo o Ministério da Fazenda, a tributação de 10% atingirá 0,13% dos contribuintes, que hoje pagam, em média, apenas 2,54% de Imposto de Renda. Trabalhadores em geral pagam, em média, 9% a 11% de IR sobre seus ganhos.
A proposta é o principal projeto do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em tramitação no Congresso em ano pré-eleitoral.
O próximo passo é a tramitação da isenção no Senado. Pelo rito, a medida deve passar pelas comissões temáticas, como a Comissão de Assuntos Econômicos, antes de seguir para o Plenário.
Caso um pedido de urgência seja aprovado na Casa alta, o projeto pode ser votado diretamente pelos senadores sem a necessidade de passar em comissões.
Se a isenção for aprovada no Senado sem alterações, ela segue para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em caso de alterações no texto, o projeto terá que voltar para a Câmara dos Deputados para uma nova votação.
O projeto amplia a faixa de isenção do imposto de renda até R$ 5 mil por mês, com um desconto parcial até R$ 7,3 mil, e cria uma alíquota mínima de 10% para rendimentos altos.
A proposta do governo é que a isenção seja válida a partir de 2026. Para isso acontecer, o projeto de lei de isenção e de compensação para a renúncia fiscal precisa ser aprovado pelo Congresso e sancionado pelo presidente Lula.
No novo formato, com a ampliação da faixa beneficiada, a renúncia anual poderá chegar a R$ 31,7 bilhões, contando a perda de estados e municípios.
Para compensar a renúncia fiscal, o projeto criará um imposto mínimo de 10% que incidirá sobre a renda de quem recebe a partir de R$ 600 mil por ano.
Segundo o Ministério da Fazenda, a medida atingirá 0,13% dos contribuintes, que hoje pagam, em média, apenas 2,54% de Imposto de Renda.
A alíquota começa em zero e subirá gradativamente, até que quem recebe mais de R$ 1,2 milhão todos os anos pague, pelo menos, 10% de imposto sobre sua renda.
Nessa conta estarão incluídos os rendimentos recebidos como lucros e dividendos, atualmente, isentos.
Os descontos vão ocorrer mensalmente nas fontes de pagamento, quando for atingido um valor de ganhos superior a R$ 50 mil no mês.
Quando a pessoa física for fazer a declaração do IR, será verificado se o montante recebido no ano todo foi acima de R$ 600 mil.
No texto aprovado, Lira incluiu rendimentos isentos da base de cálculo da tributação mínima.
Rendimentos no exterior também serão cobrados, mas com três exceções, que não serão taxadas: dividendos pagos, creditados, entregues ou remetidos a governos estrangeiros, desde que haja reciprocidade; fundos soberanos; entidades no exterior que tenham como principal atividade a administração de benefícios previdenciários.
Dividendos - o deputado acatou uma emenda que destaca que não haverá tributação de dividendos apurados em 2025, mesmo que pagos nos anos seguintes. O texto indica que o pagamento de dividendos anteriores pode ser feito sem tributação quando a distribuição tiver sido aprovada até o final deste ano - e que o pagamento aconteça nos anos calendário de 2026, 2027 e 2028.
FIP-IE e indenizações - nesse caso, ficam garantidos que os rendimentos distribuídos por Fundos de Investimento em Participações em Infraestrutura, indenizações de seguro de vida e indenizações e contribuições de planos de previdência.
Prouni - essa emenda garante que o programa seja considerado como um imposto pago no cálculo da alíquota efetiva de PJs que possam aderir ao programa.
Em junho deste ano, o Congresso aprovou um projeto de lei para isentar de Imposto de Renda quem ganha até dois salários mínimos. Hoje, até R$ 3036 do salário de todos não é tributado.