Juliana Marins: brasileira morreu após quatro dias de espera por resgate na Indonésia (resgatejulianamarins/Instagram)
Agência de notícias
Publicado em 9 de julho de 2025 às 16h01.
O corpo de Juliana Marins, publicitária de 26 anos que morreu ao cair de uma trilha no vulcão no Monte Punjani, na Indonésia, passou por novos exames periciais ao ser trazido para o Brasil, no último dia 1º.
O pedido por uma nova autópsia partiu da família da jovem na busca por respostas, com o objetivo de confirmar o horário da morte e investigar se houve omissão no socorro prestado pelas autoridades do país asiático. A expectativa era de receber os resultados nos próximos dias, mas, novamente, souberam pela imprensa, conta Mariana Marins, irmã de Juliana.
— A família não recebeu nada — respondeu Mariana ao ser perguntada pelo jornal O Globo sobre o resultado apontado nos novos exames.
A nova necropsia complementa os resultados preliminares obtidos na Indonésia, informou a reportagem da TV Globo. De acordo com os peritos brasileiros, ainda não é possível cravar o horário exato da morte. No entanto, estima-se que ela tenha resistido por cerca de 10 a 15 minutos após o impacto, um intervalo em que, segundo o laudo, não haveria chance de locomoção ou resposta eficaz da vítima.
Na manhã desta quarta-feira, a Secretaria de Estado de Polícia Civil confirmou sobre a conclusão do laudo da necropsia e afirmou que "o documento foi incluído no processo, que está sob sigilo".
Mariana contou que um encontro já estava agendado para os próximos dias para receber os resultados:
— (Está) Agendado pra sexta — disse a irmã de Juliana, quando perguntada se foi marcada uma data para terem acesso aos exames.
Procurada, a Polícia Civil não retornou até esta publicação.
Após o resgate, o corpo foi levado para o Hospital Bali Mandara, em Denpasar, na Indonésia, onde passou pela primeira autópsia. O médico legista Ida Bagus Alit falou com a imprensa sobre os resultados. Na época, a família de Juliana contou que soube dos detalhes através das notícias que saíram na imprensa, não havendo comunicado oficial antes. O pai da jovem, Manoel Marins, que estava em Bali acompanhando o caso, afirmou não ter sido procurado pelas autoridades locais.
Juliana caiu de um penhasco no dia 21 de junho, durante uma trilha no Monte Rinjani. Ela ainda foi vista com vida após a queda, mas o socorro só chegou quase 90 horas depois. O corpo foi retirado do local apenas no dia 25, com auxílio de voluntários e da equipe de resgate local.
Ainda na Indonésia, o corpo da jovem passou por exames periciais. Para o translado para o Brasil, seis dias depois, — num voo da Emirates com destino a São Paulo e chegando ao Rio de Janeiro por meio de um segundo Força Aérea Brasileira (FAB), no último dia 1º — teve que ser embalsamado para a viagem. O corpo foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) Afrânio Peixoto, no Centro da cidade do Rio.
Uma nova autópsia foi realizada no dia seguinte, com acompanhamento de um representante da família e de um perito da Polícia Federal, após determinação da Justiça Federal.
Em homenagem à jovem, a Prefeitura de Niterói, na Região Metropolitana do Rio, inaugurou na última terça-feira, uma placa com seu nome em Camboinhas. O mirante e a Praia do Sossego também foram rebatizados em memória de Juliana Marins.